Quase metade dos portugueses viram as suas dívidas aumentar durante a pandemia

Quase metade (46%) das famílias portuguesas reconhecem que as suas dívidas estão a aumentar a um ritmo que os rendimentos familiares não conseguem acompanhar. A conclusão é do estudo do EPCR – European Consumer Payment Report, o White Paper europeu 2020 da Intrum.

 

Estes dados, colocam Portugal em oitavo lugar entre os países em que as finanças familiares mais foram afectadas pela pandemia – uma percentagem acima da média europeia, que se situa nos 42%.

O estudo, que revela o impacto financeiro da pandemia COVID-19 nos consumidores e nas suas finanças pessoais, indica que a situação resultante do impacto financeiro da pandemia, afecta mais as famílias que têm agregados mais numerosos e cujas contas são mais difíceis de saldar.

Para Luís Salvaterra, director-geral da Intrum Portugal, «apesar de a situação financeira ser preocupante no geral, a maior inquietação reside nas famílias com crianças e onde as despesas aumentaram bastante face aos rendimentos dos pais. Estamos a falar de famílias que viram o seu rendimento diminuir, ou porque um dos progenitores se viu obrigado a requerer o subsídio de assistência à família, ficou desempregado ou em regime de lay-off.»

Para além desta preocupação crescente com as dívidas, 56% das famílias portuguesas inquiridas reconhecem que o seu bem-estar financeiro diminuiu, comparativamente com a sua situação financeira há seis meses, um número muito acima da média europeia que se situa nos 48%.

Neste estudo, apenas 28% dos portugueses inquiridos acredita que a situação vá melhorar nos próximos seis meses. Ainda assim, esta percentagem mostra que os portugueses estão mais confiantes numa recuperação do que a média dos países europeus (23%).

No geral, o inquérito efectuado pela Intrum aponta para um aumento da preocupação com as finanças familiares, apesar de um em cada três dos inquiridos também afirmar que a pandemia está a ter um impacto positivo nos gastos pessoais, devido a uma maior poupança, por exemplo, em deslocações e refeições fora de casa.

O estudo da Intrum resulta de um inquérito feito em Maio junto de quase 5000 consumidores em 24 países europeus.

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