Randstad: O benefício está na diferenciação e personalização

Será o salário um factor decisivo para a tomada de decisão? Quais os benefícios mais valorizados pelos colaboradores? É importante ouvir os profissionais? Conheça as respostas da Randstad.

 

A política de benefícios flexíveis é vista como altamente estratégica para qualquer organização e pode fazer a diferença na altura de escolher a empresa, revela Tânia Mendes, People & Culture Manager da Randstad. «Pode fazer a diferença entre conseguir captar aquele talento e permitir que outro, igualmente importante, se mantenha connosco», explica a responsável.

Na perspectiva da profissional, os benefícios flexíveis têm implicações directas no aumento da satisfação e do bem-estar dos colaboradores, tendo como consequências: uma maior produtividade e competitividade. «Ao permitirem a escolha de determinados benefícios, as empresas delegam aos colaboradores a responsabilidade de fazer a gestão do seu próprio budget de compensação flexível.» Desta forma, os profissionais podem economizar noutros benefícios que acarretam custos para a empresa e que, muitas vezes, não são do interesse das pessoas.

 

Benefícios para todos os gostos
A Randstad tenta diferenciar-se da concorrência através de políticas internas de employee experience, cujo propósito passa por fornecer todas as condições aos colaboradores e potenciais talentos para que se sintam felizes e valorizados na sua individualidade. «Sentimos que, dentro dos benefícios, uma das áreas mais valorizadas pelos nossos colaboradores é a promoção da sua saúde e do bem-estar», considera a gestora.

Para além da oferta de um seguro de saúde, que pode ser extensível a todo o agregado familiar directo, a empresa de Recursos Humanos oferece consultas de psicologia e medicina curativa. Além disso, fornece também consultas de nutrição ilimitadas que podem ser complementadas com aulas de yoga, pilates, hiit e mindfulness. Brevemente, a organização promete ainda disponibilizar a vacina da gripe para todos os colaboradores que tenham interesse.

Os benefícios da Randstad atingem também o apoio à maternidade e à parentalidade. «Destacamos também as bolsas de apoio à fertilidade que podemos atribuir anualmente a quem delas necessite», informa Tânia Mendes. Ainda nesta área, a empresa disponibiliza um ginásio dentro das instalações da empresa, que pode ser utilizado entre as 07:00 e as 20:00 horas. Os colaboradores podem ter aulas com personal trainers, consultas de osteopatia, massagens terapêuticas ou de relaxamento. «Negociámos os valores com os nossos parceiros, para que os nossos profissionais tenham descontos com valores muito mais baixos do que aqueles que são praticados no mercado», esclarece.

No que respeita às parcerias, um universo de aproximadamente 9000 colaboradores tem acesso a uma plataforma de descontos com mais de 300 parceiros, que também se encontra acessível aos respectivos familiares e amigos. Dentro do campo da formação e desenvolvimento, a empresa deu início a uma campanha de apoio financeiro no regresso às aulas. Também nesta matéria, a empresa atribui bolsas de estudo aos colaboradores que queiram terminar o secundário ou a licenciatura.

Para funções de gestão, a Randstad oferece pós-graduações, cursos de especialização e MBA aos colaboradores, que também podem frequentar formações promovidas pela Sede Global, dos Países Baixos. «Os nossos profissionais vêem reforçadas as suas competências e têm um boost na sua motivação e confiança, ao mesmo tempo em que a Randstad também ganha, porque obtém melhores resultados e talentos mais qualificados.»

A personalização dos benefícios é outro dos factos que costuma ter um elevado impacto motivacional. Por este motivo, a responsável defende que a empresa permite aos colaboradores escolherem as ofertas que mais gostam, de acordo com um limite previamente definido. Adicionalmente, também são atribuídos vouchers aos colaboradores, com um valor que lhes permite comprar o equipamento móvel desejado, além de terem acesso a um pacote de dados de 30 gigabytes.

Em matéria de poupança ou saúde financeira, a Randstad presta apoio legal e coaching financeiro gratuito aos profissionais. «Temos assistido a um aumento da utilização deste tipo de benefício, assim como a aquisição de acções da Randstad, outra possibilidade oferecida pela empresa », revela a gestora. Em Portugal, o apoio à mobilidade, com a possibilidade de poder usufruir de uma viatura de serviço, combustível e portagens, é outro dos benefícios que podem ser atribuídos pela organização mediante a função do colaborador.

Em traços gerais, as organizações têm a necessidade de se diferenciar no mercado para atraírem e fidelizarem mais e melhores talento. Deste modo, quando as empresas oferecem salários semelhantes, os benefícios flexíveis surgem, na maioria dos casos, como um factor importante para a decisão final.

 

Benefícios mais valorizados
O modelo híbrido motivou algumas mudanças nas empresas e, segundo Tânia Mendes, foram alterações positivas que permitiram criar benefícios flexíveis para os colaboradores. O work life balance já tinha sido abordado antes da pandemia, mas o surgimento do novo coronavírus trouxe o tema novamente para o centro da discussão. Esta nova forma de trabalho flexível ganhou importância na vida das pessoas e a Randstad, assegura a profissional, tem reunido esforços para garantir a satisfação dos colaboradores. De um modo geral, a empresa acredita que o teletrabalho permitiu ganhos na qualidade de vida e no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.

Para a responsável, o grande desafio passa por criar formas de oferecer benefícios flexíveis de acordo com as preferências individuais. Face à diversidade de perfis e diferentes gerações presentes na organização, este acaba por ser o desafio mais complexo para a Randstad. A forma encontrada pela empresa para contornar este desafio passa por «ouvir os colaboradores» e permitir que sejam dadas sugestões e opiniões através de surveys. «Desta maneira, ao compreender os aspectos que são mais valorizados pelos colaboradores, procuramos criar uma vasta oferta de benefícios que depois vão ser utilizados de acordo com as preferências de cada um.»

De uma forma mais objectiva, refere que os benefícios mais valorizados pelos profissionais da Randstad passam pelo «apoio à mobilidade, o reforço ligado a benefícios na área da saúde e a possibilidade de usufruírem de um modelo de trabalho muito flexível».

Ainda assim, sugere que as gerações mais jovens têm um foco muito grande na intenção da organização, ao mesmo tempo em que não abdicam do seu propósito individual. Ainda sobre este assunto, a Randstad oferece a cada colaborador cerca de oito horas por ano para realizar acções de voluntariado. «Temos registado elevadas taxas de participação e satisfação nesta matéria. O desafio das equipas de gestão é permitir essa personalização e liberdade de escolha e, em simultâneo, produzir vantagens sem incorrer em custos desnecessários», enfatiza.

 

Ouvir colaboradores e personalizar benefícios
A Randstad procura estar a par das necessidades e motivações dos seus colaboradores e, nesse sentido, disponibiliza de 15 em 15 dias um survey engagement para os profissionais da organização. Os resultados têm permitido concluir que, nesta matéria, a oferta de benefícios disponibilizada pela empresa de Recursos Humanos, em Portugal, está a ir ao encontro das expectativas internas. «É com satisfação que concluímos que o nosso país é, no universo das diferentes Opcos, uma referência no que diz respeito a benefícios e iniciativas que promovem o engagement e o well being», salienta.

Além de considerar que 2023 tem sido um ano para reformulações, Tânia Mendes informa que no final deste ano vai ser lançado mais um survey, com o objectivo de recolher o feedback dos colaboradores sobre os benefícios disponíveis e sobre aqueles que devem ser abandonados, reforçados ou melhorados. Na sua perspectiva, existe a percepção errónea de que os benefícios flexíveis têm sempre um custo financeiro associado. «O regime de trabalho flexível e os dias de descanso adicionais são alguns dos exemplos das medidas que não implicam investimento financeiro directo», revela.

A Randstad tem vindo a verificar que as pessoas dão cada vez mais importância aos benefícios que lhes permitem fazer uma melhor gestão das suas vidas e horários. A expressão «one size doesn’t fit all» é referida por Tânia Mendes como sendo um reflexo da política de benefícios que as empresas devem adoptar, numa clara alusão à personalização.

A organização procura antecipar as necessidades dos colaboradores e estar disponível para negociar para que possam ser satisfeitas algumas preferências individuais. «Em Portugal, e com o aumento da idade da reforma, existem cada vez mais gerações a conviver na mesma organização.» Além das diferenças geracionais, revela que existe ainda a necessidade de gerir diferentes localizações geográficas, aquando da implementação de determinados benefícios, para que os mesmos possam estar acessíveis a todos.

 

Salários e tendências
Uma política de benefícios flexíveis obriga as empresas a lidarem com vários desafios, como a diferença geracional e geográfica. Além destes desafios, há sempre a questão do salário e da forma como este pode manter, atrair ou afastar determinados talentos da organização. Existem estudos científicos que indicam que o vencimento deixou de ser um factor decisivo perante duas ou mais ofertas de emprego.

Para Tânia Mendes, há colaboradores que procuram outros desafios profissionais, já que a questão do salário não foi aquela que mais pesou na sua tomada de decisão. «As oportunidades de carreira, aliadas às perspectivas de desenvolvimento profissional, assim como a possibilidade de terem acesso a determinadas formações e certificações, são factores que pesam no momento da decisão», menciona.

Actualmente, para além do salário, toda a experiência do colaborador vivenciada no seu ciclo de vida dentro das organizações é crucial para determinar a sua satisfação. Nos últimos anos, a nível global, diversos profissionais começaram a olhar para benefícios extra-salariais de outra forma. Por um lado, os profissionais mais jovens procuram benefícios que permitam conjugar melhor a vida pessoal e profissional. Por outro, os benefícios que permitem aumentar o nível de formação e diminuir as despesas com maior impacto também são cada vez mais valorizados, dado que o nível de literacia dentro das organizações está a aumentar.

Entre as várias dimensões, a saúde é cada vez mais valorizada pelos colaboradores, conforme revelado por Tânia Mendes. A tendência iniciada na pandemia vai manter-se nos próximos anos, com as empresas a procurarem soluções para a saúde e o bem-estar dos profissionais. Actualmente, e face ao reforço do trabalho remoto, a possibilidade de incluir as despesas com as telecomunicações ou com as plataformas streaming no plafond de benefícios do colaborador é vista pela profissional como uma tendência que se vai acentuar no futuro.

De acordo com a responsável, os benefícios flexíveis são aliciantes porque oferecerem elasticidade, o que, na prática, se traduz em liberdade de escolha e autonomia por parte do colaborador. «As empresas que não estão dispostas a investir nestes temas e a ajustar-se às mudanças do mercado de trabalho, focando-se apenas nos benefícios tradicionais, vão naturalmente começar a ficar para trás nesta corrida dos talentos », reforça.

Ainda assim, a responsável deixa claro que o salário e os benefícios não são sinónimos de felicidade e adianta que o facto de nem sequer existirem são «uma quase garantia de infelicidade». Em forma de conclusão, realça que «as empresas não têm de pensar no quão bons são os benefícios que têm ao dispor, mas, sim, naquilo que os profissionais sentem pelo que a empresa lhes proporciona».

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Benefícios Flexíveis” na edição de Setembro (n.º 153) da Human Resources, nas bancas.

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