Recrutamento em tempos de mudança

O grupo Multipessoal actua no mercado português há 25 anos, em busca dos melhores profissionais para as mais diversas áreas nas empresas suas clientes.

 

Em entrevista à Human Resources Portugal, Zeinul Jamal, chief commercial officer do grupo Multipessoal, explica como estão a evoluir os processos de recrutamento e selecção num contexto geral de transformação nas empresas.

De que forma está a evoluir o processo de recrutamento e selecção com a transformação digital?
O processo de recrutamento e selecção tem de ser adaptado aos novos contextos que se vivem no actual mundo VUCA. Deste modo, procuramos tirar partido de ferramentas tecnológicas para tornar mais ágeis os processos, tanto para os candidatos como para os consultores de recrutamento. As ferramentas digitais permitem-nos garantir uma resposta mais rápida às necessidades de clientes e candidatos, assim como um acompanhamento mais próximo e regular. Acresce a isto o facto de o nosso País ter atraído um número crescente de empresas tecnológicas, o que gera mais emprego.

Empresas que procuram profissionais especializados e aptos a trabalhar em perfis ligados à programação e desenvolvimento de sistemas, ou em áreas como a virtualização, inteligência artificial, cloud e ciber segurança, que são uma tendência em crescimento.

Segundo dados do EUROSTAT, Portugal é o País que mais aumentou a proporção de população empregada no sector. No entanto, não estamos a formar profissionais em número suficiente para satisfazer as necessidades. Junta-se a esta lacuna a emigração de especialistas para outros polos tecnológicos, como Inglaterra ou Irlanda. A qualidade do ensino nas universidades, a capacidade técnica dos profissionais e o desejo de condições financeiras mais aliciantes, são factores que levam a que muitos trabalhadores prefiram arriscar trabalhar no estrangeiro.

Encaramos a transformação digital como um espaço para inovação e apoiamo-nos nas suas potencialidades para fazer, desta evolução, um dos alicerces da nossa própria transformação. Temos por base uma mudança suportada em: processos e tecnologia naturalmente, mas com um foco essencial nas pessoas. Acreditamos que um dos aspectos essenciais de qualquer transformação digital é a com- preensão das customer journeys dos nossos stakeholders, internos e externos, porque só assim garantimos que estão envolvidos em todos os processos.

As redes sociais, como o LinkedIn, são eficazes na fase de recrutamento e selecção?
As redes sociais facilitam a divulgação da mensagem da organização, gerando maior awareness, a partilha de conteúdos de interesse para os stakeholders, especialmente clientes e candidatos, e contribuem também para uma aproximação entre o Grupo e os candidatos ao permitir a troca de mensagens, comentários e reacções. Confere, também, aos que connosco colaboram a possibilidade de partilhar a experiência que viveram. O Grupo Multipessoal está presente no LinkedIn, bem como no Facebook e Instagram, onde divulgamos as nossas ofertas de emprego, acções e eventos, e ainda artigos de interesse para o sector.

Os perfis nestas redes sociais interagem com a nossa equipa de Marketing e Comunicação e acabam por nos informar sobre o percurso e expectativas, a nível profissional. Quando a equipa de Marketing e Comunicação identifica que existem oportunidades que fazem match com as expectativas dos candidatos, encaminha de imediato para a equipa de Recrutamento. Por isso sim, não só o LinkedIn, mas as redes sociais em geral, são muito benéficas para o processo de recrutamento, uma vez que facilitam o contacto, ao mesmo tempo que nos permitem ter algumas informações antecipadamente quando em comparação com o processo dito habitual.

Relativamente ao processo de selecção, acreditamos que tem de ser o mais humanizado possível e, por isso, exige sempre um contacto personalizado entre os nossos consultores de recrutamento e os nossos candidatos.

Quais os desafios com que têm de lidar diariamente no que diz respeito ao recrutamento e selecção?
Acredito que o maior desafio, para todas as áreas, é conseguir combinar capacidades estratégicas e analíticas, que se apresentam como cruciais para resolver os problemas práticos do dia-a-dia dos negócios. A título de exemplo: actualmente, as organizações necessitam de insights, e estes surgem, facilmente, a partir dos seus stakeholders. No entanto, nem todas as organizações conseguem retê-los e analisá-los com a devida atenção.

No Grupo Multipessoal e, acredito, em todas as empresas que querem adaptar-se às mudanças, tentamos contrariar essa tendência, de modo a conseguir entender cada vez mais os nossos públicos e, assim responder às suas necessidades. Para além disso, registamos como desafio responder a algumas necessidades do mercado quando existe um mismatch entre a procura e a oferta de emprego. Preencher áreas como as TIC ou outras técnicas muito especializadas na Produção Industrial pode mostrar-se um desafio, uma vez que a oferta supera a procura.

Leia o artigo na íntegra na edição de Maio da Human Resources.

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