Retenção de talento: uma equação onde a formação deixou de ser uma incógnita

A educação e a aprendizagem foram, desde sempre, os motores que fizeram evoluir o mundo. Hoje, estamos imersos em plena era do conhecimento.

Por Alberte Paz, Diretor de Recursos Humanos da Securitas Direct

 

Graças ao aumento da educação de forma transversal, estamos a atravessar o período da história onde já não é a capacidade militar, mas sim a capacidade de inovação que emana o conhecimento que marca as diferenças entre as sociedades. As empresas fazem parte desta realidade e, como tal, têm que se adaptar aos avanços desta nova realidade através de capital humano qualificado. E isto aplicou-se de forma transversal a praticamente todas as indústrias.

No sector da segurança, por exemplo, as constantes inovações tecnológicas, aliadas a pessoal cada vez mais qualificado, permitiram transformar um sistema de alarmes baseado num mero circuito mecânico nos actuais modelos de segurança, que incluem wireless, detectores de movimento, captura de imagens, reconhecimento de imagem e voz. Passámos daquele alarme inicial que se ligava quando fechávamos a porta de casa a ter um produto que nos permite, a qualquer hora e desde qualquer lugar, proteger o que mais nos importa: as pessoas e as suas famílias. Todo o evolutivo que o nosso sistema de segurança beneficiou nestes 20 anos de história nunca poderia ser real se não fosse pela aposta contínua na formação.

Para esta aposta na formação, é essencial fomentar um ambiente que permita a cada pessoa de uma organização desenvolver e fazer da sua empresa o melhor local para trabalhar, proporcionando oportunidades de progressão de carreira reais que potenciem esta evolução. Se por um lado, devemos ser os protagonistas do nosso próprio desenvolvimento e a nossa cultura pessoal, é certamente fundamental que a empresa privilegie o desempenho e desenvolvimento individual através da implementação de programas que permitam a cada colaborador progredir profissionalmente.

Mas a formação também evoluiu: já não é suficiente implementar as já conhecidas sessões formativas que incluem uma dinâmica entre formador e formandos. As organizações deverão adaptar-se e oferecer diversos planos e iniciativas que alavanquem a formação e desenvolvimento dos colaboradores. Hoje em dia, com a era da digitalização, torna-se mais fácil adaptar os conteúdos das formações às necessidades dos formandos. Sabemos que as empresas que apostam em e-learning têm, claramente, uma vantagem competitiva face às que não o fazem. Em tempo real e em qualquer lugar, é possível ter acesso à informação e a ferramentas interativas que enriquecem a discussão e promovem a partilha de conhecimento.

Os planos de formação e respectivas valências direccionados a determinados perfis são essenciais para definir os temas a abordar tendo em conta a função de cada colaborador para que, desta forma, se maximizem resultados em função das horas disponíveis para o efeito. Devemos sempre ter em conta a especificidade das diversas funções e adaptar o conteúdo das formações o melhor possível, criando uma sinergia interessante entre o colaborador e a sua organização.

Em paralelo, as temáticas de formação já não se circunscrevem à área profissional de cada colaborador. Cada vez mais são exigidas formações mais genéricas que incidem directa ou indirectamente no bem-estar e, consequentemente, na produtividade dos indivíduos. Formações em temas focados na saúde mental como “mindfullness” assumem, cada vez mais, uma importância para o desenvolvimento pessoal e profissional pois alguém com as suas capacidades emocionais elevadas, é alguém mais motivado e feliz, transparecendo este estado de espírito no trabalho que desenvolve.

É crucial que as empresas assumam o papel de protagonistas do seu próprio desenvolvimento, dotando os colaboradores de ferramentas que lhes permitam evoluir, maximizando os outcomes que daí poderão surgir. Porque esta é e continuará a ser um dos pilares da retenção do talento.

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