Sem fórmulas mágicas, nem únicas
Ainda sem certezas de quando o regresso às empresas poderá ser feito, a maioria dos responsáveis ainda não tem um modelo de trabalho “fechado” para o pós-pandemia. É mais ou menos consensual que o futuro passa por uma maior flexibilidade e por um sistema híbrido, mas, dentro deste, existem várias possibilidades. Certo é que não existe uma fórmula mágica que funcione em todas as realidades.
Por Ana Leonor Martins
Se excluirmos, para efeitos de reflexão, as hipóteses de trabalho 100% presencial (há várias actividades que não permitem outra opção) ou 100% remoto (e já há algumas empresas que o anunciaram), no modelo híbrido pode optar-se por mais dias de trabalho presencial ou mais dias de homeoffice. E esses dias serão definidos pelos colaboradores ou pela empresa? Todos ou alguns? Faz sentido definir dias obrigatórios de presença física no escritório ou apenas momentos obrigatórios? Se forem os colaboradores a escolher, como é possível gerir? Por outro lado, o que acontece ao espaço físico das empresas? Vai reduzir, manter-se ou aumentar? E o layout, será o mesmo?
Os vários especialistas presentes na reunião do Conselho Editorial da Human Resources (que voltou a ter de ser realizada online) têm soluções pensadas, e quase nenhuma é igual entre si. Porque é evidente que não há uma solução única que seja a ideal, até porque todas têm prós e contras. E o que faz sentido para uma empresa, pode não fazer para outra. Aliás, até dentro da mesma empresa, a regra pode não ser sempre a mesma, o que aumenta a complexidade da gestão e o risco de haver sentimentos de injustiça.
Porque as perguntas são mais do que as respostas, questionámos o painel do Barómetro Human Resources sobre estes temas, para tentar perceber tendências. Apresentaremos os resultados na edição de Abril.
Estiveram presentes na reunião do Conselho Editorial da Human Resources os conselheiros: Clara Trindade (L’Oréal), Diogo Alarcão (Mercer), Felipa Oliveira (Korn Ferry), Fernando Neves de Almeida (Boyden), Gonçalo Rebelo de Almeida (Grupo Vila Galé), Nuno Ferreira Morgado (PLMJ), Nuno Troni (Randstad), Pedro Ramos (TAP Air Portugal), Pedro Raposo (Banco de Portugal), Sofia Castro (Sonae MC) e Teresa Cópio (Dom Pedro Hotels)
Artigo publicado na Revista Human Resources n.º 123 de Março de 2021