Um mundo veloz e frenético, exige convergência e ética!

Há todo um mundo em movimento constante, muitas vezes em velocidade frenética, em que os impactos deste movimento e frenesim aportam necessariamente forte desestabilização.

Por António Saraiva, Business Development Manager – ISQ Academy

Sabe-se que a falta de estabilidade é, muitas vezes, resultado dos processos de mudança em curso. Mas, a verdade é que quando se atingem picos elevados, o risco de descontrolo torna-se demasiado… perigoso!

Podemos equacionar riscos de contexto, em que normalmente a análise é realizada sobre questões financeiras e de pura materialidade. Mas a maior perigosidade é quando os impactos se direcionam para as Pessoas. A valorização neste alinhamento só é tido em consideração quando se cumpre o ditado, “o que não tem remédio, remediado está”. Nesta lógica, entra-se, então, em jogo com medidas corretivas de impacto duvidoso. Se quisermos ser um pouco sarcásticos, somos capazes de afirmar que é perante as dificuldades que surgem as melhores ideias e até um estímulo à criatividade.

Não é muito crível fomentarmos a lógica da resposta de ordem cultural, em que em Portugal as melhores respostas surgem sempre durante os períodos de maior pressão e… em cima da hora. E que a nossa diferença se baseia em que perante o caos respondemos melhor que outras culturas. Fantástico! Até ao dia em que as coisas podem não resultar. Só para dar alguns exemplos, analisemos os setores da Saúde e da Educação. O que interessou perceber-se que muitos dos seus profissionais iriam um dia deixar a vida ativa, ou que um mercado aberto iria permitir oportunidades mais interessantes no setor privado ou na mobilidade internacional. Interessou muito pouco! Na tal lógica de cultura do relaxe… tudo se irá resolver! Reinventamos em cima da criticidade do problema. Mas neste ponto será que o faremos de forma sustentável e estrutural, ou, mais uma vez, com medidas conjunturais e aumentando a despesa?

Sempre as Pessoas no meio de toda e qualquer equação. O mundo não pára e o frenesim aumenta. As transformações estão a acontecer, exigem-se novas profissões e sofre-se com as que podem desaparecer. Procura-se aumentar a velocidade para se fornecerem novas competências, nomeadamente em termos técnicos e tecnológicos. Mas é bom que não se descurem competências que serão vitais para acompanharem uma nova forma de enfrentarem estes novos desafios. Há apostas que têm de ser feitas, do ponto de vista cognitivo, sem dúvida, mas é bom não esquecer valências sociais e emocionais, sem descurarmos a importância do bem estar físico e mental.

As convergências vão ter de aparecer. É importante ser-se exaustivo na identificação e na repetição exaustiva dos problemas e desafios com que a Sociedade hoje em dia se confronta. Certamente as entidades que o fazem, como é o caso das Nações Unidas, só para se citar um exemplo global, têm o que se designa da “melhor das intenções”. Mas não basta repetir-se e aumentarmos o soundbite, exigem-se ações imediatas, planeadas e convergentes. O que interessa existirem preocupações com as alterações climáticas em meia dúzia de países, se os restantes continuam a contribuir de forma nefasta para o meio ambiente?

Por inerência histórica algo poderá acontecer para se reverterem estes padrões. Mas existe sempre um problema que se traduz no “à custa de quê?” e, pior ainda, “à custa de quem?”. Talvez seja meramente simplista e até idealista pensar-se que cada um pode fazer a sua parte. Mas se cada micro organização fizer o seu papel, poderá pressionar orgãos de decisão. Perceber-se que em conjunto é fácil de resolver, eliminarem-se obstáculos de fundamentalismos ideológicos e trabalhar-se de forma ética, certamente tudo terá uma vida de sucesso. Muitas vezes é tão só uma questão de vontade e, quem decide, saber motivar.

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