Catarina Zagalo: Uma cultura de partilha e proximidade

Na ANA, a prioridade no que respeita à Comunicação é simples e não exige ferramentas disruptivas: partilhar mais e ter as equipas mais próximas; próximas entre si, próximas da liderança, e próximas da rede internacional em que se integram.

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

Foi há cerca de um ano e meio que Catarina Zagalo “trocou” o mundo da consultoria e auditoria pela realidade aeroportuária. Assumiu a direcção de Comunicação, que foi criada com a sua entrada na ANA. O objectivo foi que as diversas equipas que trabalham em projectos de comunicação, mas sem ter uma direcção comum, passassem a estar juntas, concretizando um primeiro grande objectivo de «consistência e alinhamento na gestão da marca, no “tom de voz”, e na estratégia de comunicação», para os cerca de 1200 colaboradores, dispersos por 10 aeroportos. Mas os desafios não ficam por aqui, num universo «bastante surpreendente e mais fascinante» do que Catarina esperava.

 

Durante mais de 13 anos, o seu percurso profissional foi feito na área de consultoria. O que mais a fascinou na ideia de assumir a direcção de Comunicação de uma empresa como a ANA?

O desafio era grande, por vários motivos. Era um sector de actividade pelo qual tenho interesse, mas no qual não tinha experiência profissional, e essa perspectiva oferecia uma enorme oportunidade de aprendizagem. Outro factor de atracção foi o reconhecimento da dimensão do impacto da actividade dos aeroportos na economia e na vida das pessoas, e a percepção dos desafios que estariam pela frente. Também me atraiu muito o facto de a organização estar dentro de uma rede internacional e numa empresa multi-local, com proximidade e interacção com diversas geografias e outras realidades.

 

E o que encontrou correspondeu às expectativas? Quais os primeiros desafios com que se deparou?

O que encontrei foi bastante surpreendente e mais fascinante do que eu esperava. O negócio, para começar, é bastante complexo e pouco visível para o público em geral. Não é nada evidente, para a maioria das pessoas, qual o papel do gestor da infraestrutura aeroportuária e tudo o que acontece dentro dos aeroportos. E, para um profissional de comunicação, claro que este é um enorme desafio – talvez o primeiro e o maior desafio com que me deparei: como desmistificar e desconstruir mensagens sobre uma actividade tão específica. É um caminho a percorrer, cujos resultados não se alcançam, com visibilidade, num prazo curto.

 

Ao assumir funções, o que definiu como prioridades e objectivos a alcançar?

A primeira prioridade era a de criar uma linha comum de comunicação na organização. As diversas equipas que já trabalhavam em projectos de comunicação – corporativa, interna, de negócio – não partilhavam uma direcção comum. Com a criação da Direcção de Comunicação, a equipa passa a estar junta, concretizando um primeiro grande objectivo de consistência e alinhamento na gestão da marca, no “tom de voz”, e na estratégia de comunicação.

Daqui partimos para projectos nas diversas áreas, que concretizassem esta visão: ter consistência na forma como comunicamos, independentemente da ferramenta de comunicação com que estamos a trabalhar – branding, redes sociais, comunicação interna, activação de marca nos aeroportos, relação com a imprensa, etc.

Decorrido pouco mais de um ano desde que a equipa foi constituída, assinalámos já o sucesso de alguns projectos emblemáticos, o que nos dá ainda mais força para o caminho que sabemos que é necessário percorrer. Efectivamente, não se trata de um sprint mas sim de uma maratona. E estamos cientes disso.

 

Quais as particularidades de gerir a Comunicação numa empresa como a ANA, sempre muito “debaixo dos holofotes”?

A integração da ANA na rede VINCI Airports, um operador global com 45 aeroportos em 12 países, deixa-nos muito mais expostos, mas temos também um maior potencial de aprendizagem e de partilha de ensinamentos dentro da rede. Por outro lado, o sector aeroportuário gera de facto grande interesse e grandes paixões, o que conduz a uma exposição mediática maior do que a que observamos noutros sectores. Este interesse geral, conjugado com a complexidade na desconstrução das mensagens que referi anteriormente, traz um desafio acrescido para a empresa, e para a equipa de comunicação em particular. Mas é também uma enorme oportunidade, e um espaço de crescimento fascinante.

 

Leia a entrevista na íntegra, na edição de Fevereiro da Human Resources.

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