
93% dos profissionais acredita que a IA é uma ferramenta útil para esta tarefa em específico, mas não se sentem confortáveis a usá-la
Um estudo global da SAP Concur, realizado pela Wakefield Research a 3.750 viajantes de negócios em 24 países, incluindo Portugal, mostra o cenário da dinâmica das viagens de trabalho.
Os resultados do estudo, mostram que 65% dos portugueses que viajam em negócios consideram estas deslocações em serviço fundamentais para a sua carreira.
87% dos inquiridos partilham que sofreram cortes na flexibilidade laboral, nomeadamente na autorização de trabalho remoto durante as deslocações pessoais para evitarem o gozo de dias de férias (31%), a adição de deslocações pessoais a viagens de negócio (24%), entre outras.
Talvez sejam estas as razões que conduziram 17% dos inquiridos a recusar uma viagem de trabalho se não a pudessem prolongar para momentos de lazer ou para viagens pessoais.
Nos últimos 12 meses, 88% dos inquiridos foram forçados a tomar medidas imprevistas devido a circunstâncias inesperadas da viagem, incluindo o cancelamento ou o reagendamento de reuniões (45%).
Depois de 55% terem suportado escalas mais longas ou outros atrasos, 25% recusariam uma viagem para evitar atrasos ou cancelamentos. Já 67% reservam proactivamente tempo extra para a sua chegada, 44% reservam tempo extra para a partida. Apesar das dificuldades, 40% acreditam que a sua empresa dá prioridade à redução de custos em detrimento da sua necessidade de opções flexíveis.
Curiosamente, no total, 89% recusariam uma viagem, devido a preocupações com a segurança do destino (48%), com a segurança do meio de transporte (31%), ou falta de flexibilidade para se adaptarem fora da política da empresa (28%).
Embora 93% dos inquiridos considerassem a possibilidade de utilizar opções com IA para reservar as suas viagens de negócios, apenas 9% se sentem confortáveis a fazê-lo actualmente.
Uma grande maioria (88%) necessita de apoio fornecido pela empresa para se sentir confortável com a utilização de opções baseadas em IA para reservas, incluindo protecção de dados pessoais (54%) ou formação fornecida pela empresa (37%).
Supreendentemente, 63% dos inquiridos sente que nem sempre que teve a mesma oportunidade de fazer viagens em comparação com os seus colegas, especialmente devido ao seu nível de antiguidade (21%), idade (18%) ou devido ao facto de ser pai/mãe (18%).
Dois terços (66%) referem que a sua empresa se concentra cada vez mais na aprovação prévia das viagens, incluindo quase um terço (32%) que viram esta medida ser implementada para todas as viagens. Por outro lado, 30% dos inquiridos revelaram que as organizações onde trabalham, incorreram em despesas adicionais numa viagem de negócios.
Os travel managers podem preferir que os viajantes efectuem as reservas através dos canais adequados, mas 28% dos viajantes portugueses foram forçados a reservar viagens directamente com os fornecedores.
No que à sustentabilidade diz respeito, cerca de um quarto (22%) considera que a sua empresa está mais focada na sustentabilidade das viagens do que na flexibilidade ou na redução dos custos das viagens. Aliás, 21% dos inquiridos recusariam uma viagem devido ao impacto ambiental ou à incapacidade de escolher opções sustentáveis, e 17% citam as recomendações para reduzir as emissões de carbono como uma ferramenta de reserva obrigatória.
No entanto, 21% dos inquiridos viram cortes no pagamento de mais por opções sustentáveis.
O estudo da SAP Concur – Global Business Traveler Survey – foi realizado pela Wakefield Research entre os dias 5 e 26 de abril de 2024 e contou com a participação de 3.750 viajantes de negócios em 24 países: EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Benelux (Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo), Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Itália, Espanha, ANZ (Austrália, Nova Zelândia), Médio Oriente (EAU, Arábia Saudita), Japão, Coreia, Índia, México, Brasil, SEA (Singapura, Malásia), África do Sul, Portugal, Suíça e Áustria.
Este relatório contou igualmente com a participação de 600 travel managers, definidos como aqueles que dirigem ou administram programas de viagens para empresas e em seis mercados: Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos da América.