O impacto das ferramentas de WFM na gestão de Recursos Humanos nos hospitais e na segurança dos doentes

Por José Pedro Fernandes, vice-presidente da SISQUAL® WFM  

 

Quando falamos de uma má gestão dentro de uma empresa, a maior perda que podemos obter é o lucro. Se fizermos o mesmo exercício, mas, em vez de uma empresa, pensarmos num hospital, o impacto é em algo muito mais sério: perdem-se vidas, o bem mais importante que temos. Apesar de isto ser algo que todos compreendemos, existe uma verdade que também nos assombra quando adoecemos. Desde 2016, fala-se do “efeito fim-de-semana”, onde dados revelaram que, na maioria dos hospitais, a probabilidade de um paciente vir a falecer é maior aos fins-de-semana do que durante a semana, devido aos baixos recursos nas urgências.

A gestão eficiente dos Recursos Humanos nos hospitais é um factor crítico para a segurança e qualidade do atendimento aos doentes, pois o tratamento e o serviço que um doente recebe ao sábado e ao domingo deveria ser igual ao que receberia se tivesse o azar – ou a sorte – de adoecer entre segunda e sexta-feira, mas a verdade é que a realidade actual em muitas unidades de saúde mostra uma distribuição inadequada de profissionais ao longo da semana, resultando em falhas graves no atendimento. A principal razão para esta disparidade está na ausência de um sistema eficaz de avaliação dos níveis de serviço e na má distribuição de Recursos Humanos. Aos fins-de-semana, muitas vezes, não há médicos especialistas suficientes, o número de enfermeiros é reduzido e os assistentes operacionais trabalham em número insuficiente. Isto compromete a capacidade de resposta do hospital, resultando num atendimento mais lento e, em alguns casos, no agravamento do quadro clínico dos doentes.

As ferramentas de Workforce Management (WFM) podem contribuir decisivamente para resolver este problema. Com a implementação de novos processos que facilitam a comunicação entre a chefia e colaborador, novos processos que proporcionam maior equilíbrio entre vida profissional e pessoal e horários equitativos, estas ferramentas têm impacto directo na distribuição eficaz dos turnos, resultando em menor absentismo e aumentando os níveis de serviço. Assim, é possível assegurar que, independentemente do dia da semana, a equipa disponível seja suficiente para atender à procura, oferecendo a melhor assistência possível aos doentes.

Além disso, o WFM melhora a qualidade de vida dos profissionais de saúde, evitando sobrecargas de trabalho desnecessárias e permitindo horários mais justos. Isto reduz o stress e a exaustão da equipa, factores que influenciam directamente a qualidade do atendimento prestado aos doentes.

Investir em ferramentas de WFM nos hospitais não é apenas uma questão de eficiência administrativa, mas uma necessidade urgente para salvar vidas. A tecnologia deve ser usada para garantir que todas as pessoas que entram num hospital, especialmente nos momentos mais críticos, sejam atendidas no momento certo, pelos profissionais com as competências certas e com a melhor qualidade de atendimento possível. Apenas assim conseguiremos eliminar as falhas do sistema e oferecer um serviço digno e seguro a todos os doentes, todos os dias da semana.

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