A cultura como forma de alcançar o sucesso: perspectivas de um unicórnio português

Negócios de sucesso são, por norma, resultado de múltiplas variáveis de boa liderança, bom produto e bom serviço. No entanto, há um elemento que muitas vezes é, erroneamente, excluído desta equação: a cultura de uma empresa.

 

Por Alexandra Monteiro, VP of People na Outsystems

 

A verdade é que é nas pessoas que reside grande parte do segredo das empresas que hoje em dia são bem-sucedidas. É numa cultura aberta que promove o diálogo, incentiva a criatividade e que apela à tentativa-erro – e não apenas às respostas certas – que estimula condições para a inovação. Pelo menos, é esse o nosso segredo.

Ao longo dos últimos 18 anos, temos vindo a trabalhar no sentido de melhor responder às necessidades dos nossos clientes e dos seus utilizadores. Como consequência,  no passado ano atingimos o estatuto de unicórnio tecnológico depois de um investimento de 360 milhões de dólares da Goldman Sachs e KKR.

No entanto, a constante busca por melhorar o produto é muito mais do que um esforço de engenharia: é reflexo da nossa cultura, que está profundamente enraizada na forma como lidamos com a nossa missão.

Mais do que um ambiente informal onde os colaboradores são livres de deixar o fato e gravata em casa  e gerir o seu próprio horário, uma cultura forte começa com um propósito comum e com liberdade ao debate de ideias. No nosso caso, essa cultura assenta em sete princípios que são passados de colaborador para colaborador e que, cada um da sua forma, incitam à inovação e à colaboração saudável entre todos.

Diariamente, incentivamos os colaboradores a perceber na íntegra os problemas que têm em mãos, perguntando sempre que aplicável “porquê”; a resolver pequenas crises antes que se tornem problemas maiores; a questionar o status quo e as soluções se acreditam que há uma forma melhor de as realizar; a ajudar e a pedir ajuda quando necessário; a saber priorizar; a comunicar para ser entendido; e a dar o seu melhor em cada projeto que estão envolvidos. Todos estes princípios estão escritos no “Small Book of a Few Big Rules”.

Desta forma, promovemos uma cultura assente no diálogo, onde o contributo de todos é válido e, em última instância, promovemos a felicidade dos colaboradores. Desafiamo-los a ultrapassar barreiras, a querer fazer e ser mais e melhor. É esse o caminho para o sucesso.

O Employer Branding de uma empresa é hoje das áreas onde as empresas mais investem para atrair e reter talento. E toda esta realidade passa por criar uma cultura onde existem valores bem vincados que são transversais a todas as pessoas, quer estejamos a falar de um director, um engenheiro sénior ou um assistente. Uma cultura onde o contributo de todos é valorizado, onde o sentido de propósito é comum e onde as pessoas podem comunicar e questionar sem receio.

Nos dias de hoje, onde existe tanta competitividade entre as empresas pela atracção de talento na área de engenharia, é fundamental que os critérios de atractividade sejam mais extensos do que uma proposta de salário mais elevado. Empresas que permitam, por um lado, guiar as pessoas na gestão da sua carreira e, por outro, dotar a gestão de ferramentas para gerir competências e movimentos de carreira na própria organização.

Por isso, se está à procura de um próximo desafio profissional, olhe primeiro para a cultura. Uma boa liderança, um bom produto e um bom serviço virão como consequência.

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