A sua empresa está preparada para lidar com o coronavírus?

À medida que o número de infecções por coronavírus dispara em outros países, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) emitiu esta quinta-feira novas recomendações e deixou recados às empresas.

 

De acordo com a DGS, as empresas devem ter um plano de contingência específico para responder a um cenário de epidemia pelo novo coronavírus e divulgá-lo junto de todos os colaboradores. «A empresa deve estar preparada para a possibilidade de parte (ou a totalidade) dos seus trabalhadores não ir trabalhar, devido a doença, suspensão de transportes públicos, encerramento de escolas, entre outras situações possíveis», diz a entidade liderada por Graça Freitas.

Neste contexto, é importante avaliar as actividades desenvolvidas que são imprescindíveis de dar continuidade e aquelas que se podem reduzir ou desactivar, bem como os recursos essenciais (matérias-primas, fornecedores, prestadores de serviços e logística) que são necessários manter em funcionamento para satisfazer as necessidades básicas dos clientes.

A empresa deve ponderar o reforço das infraestruturas tecnológicas de comunicação e informação para as actividades que possam recorrer a formas alternativas de trabalho ou de realização de tarefas, designadamente pelo recurso a teletrabalho, reuniões por vídeo e teleconferências e o acesso remoto dos clientes.

A DGS aconselha também a identificação dos trabalhadores que são necessários garantir, sobretudo para actividades essenciais para o funcionamento da organização, bem como aqueles que, pelas suas actividades ou tarefas, poderão ter um maior risco de infecção por coronavírus. Deve-se também equacionar a possibilidade de afectar trabalhadores adicionais (contratados, trabalhadores com outras tarefas, reformados) para desempenharem tarefas essenciais da empresa e, se possível, formá-los.

Tem um trabalhador doente e que apresenta síntomas do vírus? As organizações devem estabelecer uma área de isolamento e os circuitos até ela, para restringir o contacto directo dos restantes trabalhadores com o doente. Grandes empresas ou outras com vários estabelecimentos podem definir mais do que uma área de isolamento.

Essa área deve ter ventilação natural, ou sistema de ventilação mecânica, possuir revestimentos lisos e laváveis, estar equipada com telefone, cadeira ou marquesa para descanso do trabalhador, enquanto aguarda a validação de caso e o eventual transporte pelo INEM, um kit com água e alguns alimentos não perecíveis, contentor de resíduos, solução antisséptica de base alcoólica no interior e à entrada, toalhetes de papel, máscaras cirúrgicas, luvas descartáveis e termómetro. Nesta área, ou próxima desta, deve existir uma instalação sanitária devidamente equipada, nomeadamente com doseador de sabão e toalhetes de papel, para a utilização exclusiva do trabalhador com sintomas. O trabalhador, por sua vez, deverá contactar o SNS 24 (808 24 24 24).

A empresa deve também ter disponível na empresa, em local acessível, os contactos do Serviço de Saúde do Trabalho e, se possível, do médico do trabalho responsável pela vigilância da saúde dos trabalhadores da organização.

A DGS recomenda ainda alguns procedimentos básicos:

  1. Lave as mãos com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos;
  2. Utilize desinfectante para as mãos que tenha, pelo menos, 70% de álcool, cobrindo todas as superfícies das mãos e esfregando-as até ficarem secas;
  3. Sabão e água devem ser usados preferencialmente se as mãos estiverem visivelmente sujas;
  4. Evite tossir ou espirrar para as mãos. Deve fazê-lo para o antebraço (flectido),  manga ou usar um lenço de papel;
  5. Higienize as mãos antes de colocar e após remover a máscara;
  6. Altere a frequência ou a forma de contacto entre os trabalhadores e entre estes e os clientes, nomeadamente o aperto de mão;
  7. Evite as reuniões e os postos de trabalho partilhados;
  8. É empregador? Adquira e disponibilize equipamentos e produtos, tais como: solução antisséptica de base alcoólica; máscaras cirúrgicas para utilização e luvas descartáveis; toalhetes de papel para secagem das mãos, nas instalações sanitárias e noutros locais onde
    seja possível a higienização das mãos; contentor de resíduos; e, entre outros, equipamentos de limpeza, de uso único, que devem ser eliminados ou descartados após utilização.

Veja aqui o vídeo da Organização Mundial da Saúde que explica como surgiu o surto, como se propaga e quais as medidas de protecção a tomar.

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