AESE Business School: Líderes positivos e com impacto duradouro

A mais antiga escola de negócios de Portugal continua a missão de preparar os líderes do futuro, capacitando-os para a tomada de decisões de forma ética e humana.

Fátima Carioca, dean da AESE Business School, explica que só assim é possível dar sentido ao trabalho e unir equipas cada vez mais diversas.

 

O peso da história da AESE Business School é uma das mais-valias na atracção de alunos?
A nossa missão é preparar líderes com características muito próprias: homens e mulheres que se esforçam por ter um impacto profundo, positivo e duradouro nas pessoas, nas empresas e no mundo, através da excelência profissional, integridade e espírito de serviço. Mas os contextos vão sofrendo alterações e surgem novos desafios. Hoje, o mundo é mais volátil, mais ambíguo, mais incerto e isso expõe a vulnerabilidade dos próprios líderes. Ainda assim, os traços da liderança que referi, e cujo desenvolvimento constitui a missão da AESE Business School, mantêm-se actuais e determinantes.

 

Quais as grandes tendências que têm influenciado a oferta de formação de topo?
A revolução digital, globalização, longevidade e os desafios globais, como as alterações climáticas e o aumento da desigualdade social, fazem-nos repensar a oferta formativa e ajustá-la às novas realidades e possibilidades. No caso específico da AESE Business School, os ajustamentos centram-se na preparação dos profissionais e líderes, na concepção de uma oferta de aprendizagem ao longo da vida e na geração de conhecimento orientado para a resolução de problemas actuais, sejam ao nível da organização, do negócio ou do mundo.

 

A pandemia e os novos contextos alteraram a forma como preparam os programas?
Acompanhando a revolução tecnológica e aproveitando tudo o que aprendemos no passado recente, a AESE Business School tem soluções de educação executiva online competitivas e que oferecem flexibilidade. Na realidade, porque sabemos existir um mundo de soluções combinadas, vamos, cada vez mais, ao encontro da personalização das trajectórias de formação de acordo com os objectivos e disponibilidade de cada participante e da organização de cada um. Também um contexto complexo, volátil e ambíguo, como se percebe que continuará a ser o futuro, exige abrangência de disciplinas e interdisciplinaridade no sentido de analisar as situações e as decisões de diferentes perspectivas. Esta complementaridade de conhecimentos e olhares enriquece a aprendizagem e é fundamental para criar soluções sustentáveis. Neste sentido, na AESE Business School mantemos fortes relações estratégicas com executivos e empresas, bem como com escolas parceiras de nível mundial, como a IESE Business School. Acreditamos que estas relações são fundamentais para estimular a co-criação de programas verdadeiramente impactantes e transformadores das pessoas e das organizações onde trabalham.

 

Há um claro pendor para prepararem os líderes e gestores com o objectivo de tomarem decisões com uma componente, sobretudo, ética?
A preparação dos líderes do futuro implica ajudá-los a parar e ganhar perspectiva sobre a sua acção, fazê-los imergir em ambientes inovadores e intelectualmente desafiantes, e muni-los das competências adequadas. Tal requer a actualização dos programas com conteúdos tecnológicos e novas áreas de apoio à decisão como o data analytics, mas necessitam igualmente, ou sobretudo, de formação em competências estratégicas e humanidades, por forma a melhor entenderem o mundo, a razão de ser das situações e fragilidades sociais, e a equacionar as consequências humanas de cada decisão.

 

Como é que a AESE Business School se distingue no mercado?
Tendo uma forma única de ensinar e sustentar- se numa comunidade de pessoas e instituições parceiras. Esta forma única de ensinar traduz-se na perspectiva de direcção geral, que requer uma visão holística do negócio e da empresa, um ensino cientificamente rigoroso, relevante e global, e uma matriz de valores humanos que nos sustenta, orienta e dá alma ao nosso trabalho diário. A comunidade de pessoas e instituições parceiras é constituída por mais de 8000 Alumni, mais de 100 professores, teaching-fellows e colaboradores, um conjunto notável de empresas que nos apoia, desde logo confiando em nós para a formação dos seus colaboradores e a pertença a uma rede de 16 escolas associadas da IESE Business School, que se constitui como a maior rede de Business Schools a nível mundial.

 

A intergeracionalidade que é verificada nas organizações também se reflecte na procura pelos programas da AESE Business School?
Estamos a ganhar dois a três anos de vida a cada década. Mas, se hoje esperamos viver até aos 100 anos, tal significa que a nossa vida de trabalho vai estender-se por mais de 60 anos, de acordo com o modelo actual das três etapas da vida (educação, trabalho e reforma). Para além disso, a rápida transformação da nossa economia vai exigir novas competências e a forma como trabalhamos sofrerá mudanças radicais. Isso significa que, por um lado, a seu tempo assistiremos a mais transições de carreira, numa dinâmica multifásica entre períodos de formação, trabalho e paragens. Por outro lado, todas as pessoas em idade activa (e não só) poderão/deverão recorrer à formação para estudar tendências emergentes, entrar em novos temas, preparar-se para novas responsabilidades, reequipar-se com novas ferramentas, adquirir novas competências. Na AESE Business School, em colaboração próxima com o nosso Agrupamento de Alumni, criámos o Alumni Learning Program, um programa anual muito robusto e eclético que acompanha esta necessidade de actualização constante.

 

A intergeracionalidade é também outro dos desafios mais prementes das organizações?
Nas empresas, onde já é habitual coexistirem quatro gerações, a intergeracionalidade constitui, claramente, uma riqueza, dada a complementaridade de talentos, perspectivas, modos de trabalhar e vivências pessoal e profissional. Mas é também, muitas vezes, um tema muito desafiante, seja na gestão da convivência, seja a liderar cada pessoa. Genericamente, colaboradores de diferentes gerações trabalham de forma diferente, valorizam benefícios e causas diferentes, relacionam-se com a organização de forma diferente e enquadram o trabalho e a vida de forma diferente. Esta diversidade exige da liderança uma grande capacidade de aliviar tensões, fomentar a colaboração, flexibilidade para potenciar o melhorar de cada um à sua maneira e promover uma cultura unida num denominador comum.

 

De que forma o percurso da AESE Business School será consolidado em 2022?
Quando reflicto sobre os objectivos para o presente ano, sempre regresso à missão da AESE Business School de preparar líderes para terem um impacto profundo, positivo e duradouro nas pessoas, nas empresas e no mundo. As consequências da pandemia e, agora, da guerra na Ucrânia, vão sentir-se em 2022. Por isso, estamos empenhados em ajudar a impulsionar avanços reais nestas questões, entre outros, com investigação, programas de formação e iniciativas. Por exemplo, uma grande parte do Alumni Learning Program de 2022 foca-se nas questões de sustentabilidade, alterações climáticas, capitalismo inclusivo, etc.. Com isto, aspiramos a ser a melhor escola de negócios portuguesa para forjar líderes para quem todos importam, líderes a quem podemos confiar o futuro.

 

Uma escola que fala a linguagem da sustentabilidade
Desde que abriu portas, em 1980, a AESE Business School tem integrado os diferentes pilares da sustentabilidade nos programas de formação avançada. Desta forma, mais do que adaptar a actual oferta formativa às exigências do presente e futuro, a instituição está a aprofundar um trabalho com passado e provas dadas.

Aquilo que continuamos a promover é a ideia de que vale a pena investir nestes processos de sustentabilidade. Mas os gestores e líderes, em primeiro lugar, têm de acreditar nisto. O mindset tem de estar centrado nisto. Se acreditarem, e se o conseguirem transmitir por opções concretas, as pessoas das suas organizações também vão acreditar», resume a directora do Programa Gestão das Organizações Sociais da AESE Business School, Cátia Sá Guerreiro.

Hoje, o conceito de ESG (Environment, Social, Governance) integra factores não financeiros relevantes, constituindo uma abordagem estratégica que permite analisar, planear e avaliar o desempenho em sustentabilidade. Apesar de não ser uma novidade no universo empresarial, é ainda um desafio porque o impacto do investimento ESG nem sempre é imediato e as organizações trabalham muito para o curto prazo.

«De facto, alguns resultados do investimento ESG têm impacto positivo imediato nas contas e/ou na percepção pública de cuidado com a sustentabilidade – por exemplo a redução de gastos em energia ou alguns consumíveis e adopção de comportamentos saudáveis. Porém, o impacto de grande parte deles, sobretudo os que se prendem com os aspectos de Governance e Social, não é percepcionado no imediato. Em suma, se as organizações optarem por fazer, em matéria de sustentabilidade, apenas aquilo que é visível e percepcionável a curto prazo, as quick wins, será pouco em relação a tudo o que podem (e devem) fazer em matéria de sustentabilidade”, afirma Cátia Sá Guerreiro.

A missão da AESE Business School passa por contribuir para que se vença esta cultura, numa perspectiva de que os resultados serão percepcionados a médio e longo prazo. Assume-se que, apesar de a sustentabilidade ser já parte integrante da agenda das organizações dos mais variados sectores de actividade, é ainda um desafio como forma de estar e de ser.

Olhando especificamente para a forma como tem assumido os desafios ESG na sua vivência interna e na proposta formativa que faz no mercado, «conclui- -se que se no campo ambiental há uma componente de novidade a que a AESE Business School tem respondido nas diversas áreas – sobretudo na área académica de Operações, Tecnologia e Inovação, com particular foco nas questões de energia e materiais», explica a directora do Programa Gestão das Organizações Sociais da AESE Business School. Já as vertentes Governance e Social integram a identidade académica desde a origem da escola.

«A governança é, historicamente, uma temática transversal aos conteúdos programáticos da mais antiga escola de negócios de Portugal. Dos três pilares do conceito de ESG, é o mais desafiante e o que aparentemente se vê menos. Faz parte da identidade da escola trabalhar a liderança numa óptica de sustentabilidade, integrando a ética de forma transversal aos processos de liderança e desenvolvimento pessoal dos dirigentes. Desde sempre são academicamente promovidos modelos de governança e relações humanas que possam ser promotores de sustentabilidade. Esta filosofia, este carisma, esta forma de estar que são transmitidas nas aulas esteve e está sempre subjacente, desde as aulas de Políticas de Empresa às de Comportamento Humano na Organização», expõe Cátia Sá Guerreiro.

Por outro lado, considerando o conceito de responsabilidade social interna, a abordagem centrada na pessoa, que é própria da aposta pedagógica da AESE e das escolas da rede, é parte do seu modo de ser empresa – não o foco no lucro por si só, mas num propósito de existência que permanece no tempo. “Ora este propósito integra modelos de governança sustentáveis, ética, de responsabilidade social que são transmitidos a todos os que procuram a AESE Business School no desafio da formação», sublinha a mesma responsável.

A actual oferta formativa desta Business School estende-se aos diversos sectores de atividade, permitindo dinâmicas intersectoriais promotoras, por exemplo, de iniciativas no âmbito da responsabilidade social corporativa. Incluída nos programas sectoriais, a escola dispõe de formação dirigida a entidades do sector de economia social, numa perspectiva de capacitação dos líderes destas entidades para uma melhor e mais eficiente gestão.

«Tem sido possível, numa dinâmica interna de rede, que alunos pertencentes aos quadros de empresas lucrativas possam participar em programas de voluntariado de competências desenvolvidos em entidades do terceiro sector. Ou seja, disponibilizam o seu know-how a organizações do sector social, criando-se novas redes», nota Cátia Sá Guerreiro.

Assim, a AESE Business School é promotora de dinâmicas entre o sector lucrativo e o sector social, numa perspectiva win-win. A economia social ganha, por exemplo, apoio ao nível da gestão financeira, planos de comunicação e marketing, planos de negócio, entre outros, e as empresas assumem desafios de responsabilidade social externa.

Aceitar promover estratégias ESG é encarado pela AESE Business School como uma aposta na competitividade. Cátia Sá Guerreiro indica que «as empresas que olham para estes temas como uma realidade operacionalizável fazem-no porque vale a pena, porque é o melhor para si e para os outros, e isso torna-as mais competitivas».

O foco da competitividade passa a ser, mais do que os resultados obtidos pelo exercício empresarial, o “melhor”. «Porém, o “melhor” nem sempre é o mais impactante no imediato. O cliente e os públicos, hoje, já não querem apenas o bom, querem o “melhor”, seja nos produtos e serviços, seja nas práticas e na missão das organizações. Ser competitivo passa também por aceitar e concretizar estes desafios de mudança paradigmática em que o que é “melhor” e o que “vale a pena” se tornam decisivos», aponta Cátia Sá Guerreiro.

No fundo, a AESE Business School tem como objectivo final a promoção de lideranças com propósito, sentido e uma missão que se concretiza com o tempo e que se preocupa com a pessoa. «É a linguagem da instituição e é a linguagem da sustentabilidade», conclui.

 

Programas à medida
Além do Executive MBA, dos Programas Executivos, Sectoriais e de curta duração, em que os temas ESG são abordados transversalmente nas diversas áreas académicas, a AESE Business School organiza seminários, onde a sustentabilidade e os desafios ESG surgem como temas de agenda. Paralelamente, a pedido de empresas, podem ser desenvolvidas ofertas formativas adaptadas, capazes de responder a desafios específicos das organizações.

 

Esta artigo faz parte do Caderno Especial “Academias de Formação” na edição de Março (n.º 135) da Human Resources nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

Ler Mais