Catarina Horta, Novo Banco: O que sondagens e inquéritos não preveem
Catarina Horta, directora de Capital Humano do Novo Banco faz notar que «há um ano estávamos a responder que a evolução do emprego iria aumentar significativamente em Portugal. Vivíamos uma fase entusiasmante, com o Turismo a achar-nos o máximo. Acertámos?» pergunta. «Não. Não porque estivéssemos errados, simplesmente porque o contexto mudou». Leia a sua análise aos resultados do XXXIV Barómetro Human Resources.
«As sondagens são indicadoras de vontades num momento do tempo. Um barómetro como este é uma percepção de grupo sobre o futuro. Ambos têm grande probabilidade de captar o momento, já que integram a visão de um grupo de pessoas. Mas são falíveis.
Há um ano estávamos a responder que a evolução do emprego iria aumentar significativamente em Portugal. Vivíamos uma fase entusiasmante, com o Turismo a achar-nos o máximo, a aparecer como um dos melhores destinos para passar umas mini-férias e o imobiliário crescia com a vinda de muitos estrangeiros, que tinham descoberto um país com um dos melhores indicadores de segurança, sol e qualidade de vida. Acertámos? Não. Não porque estivéssemos errados, simplesmente porque o contexto mudou.
Mais de 70% das pessoas que responderam a este Barómetro acham que o emprego vai diminuir, e mais de 35% acham que diminui mais de 3%. Creio que nos voltámos a enganar. Acredito que, em 2021, se vai verificar uma inversão da confiança. Quando a vacinação estiver avançada e a imunidade de grupo mais próxima, as pessoas vão estar desejosas de sair, conviver, viajar, ainda que com distanciamento e cautelas, que nunca tinham tido antes – os asiáticos andam de máscaras em sítios públicos há mais de uma década porque são experientes em pandemias. E quando essa confiança se reinstalar vão ser necessárias pessoas para assegurar essa vibe.
E o emprego vai de novo crescer. Apostamos?»
Este testemunho foi publicado na edição de Fevereiro (nº. 122) da Human Resources, no âmbito da XXXIV edição do seu Barómetro.