
É assim que IA está a moldar o futuro do recrutamento
A Inteligência Artificial (IA) chegou ao mercado de trabalho para ficar, resultando em processos de recrutamento mais ágeis e rápidos, ao permitir que os técnicos invistam o seu tempo a avaliar os candidatos que realmente se adequam às necessidades das empresas e organizações. Este foi o cenário descrito por vários especialistas em gestão de pessoas e talentos, no âmbito da conferência de abertura da 11.ª Semana da Empregabilidade do Politécnico de Setúbal (IPS), dedicada à temática “Inteligência Artificial e Inteligência Emocional: do que depende o futuro do recrutamento?”.
Andreia Reis, head of Talent Attraction and Acquisition da consultora EY, enumerou as vantagens da IA, nomeadamente na tarefa de triagem curricular. «Após validação dos currículos, chamávamos anualmente cerca de 100 pessoas para entrevistas presenciais, o que era um investimento muito grande, em espaço, tempo e também em recursos humanos. Desde 2019 estamos a automatizar as duas primeiras fases do processo e reduzimos as entrevistas para 600.»
Descrevendo um processo semelhante, Vânia Borges, directora de Recursos Humanos da Adecco Portugal, referiu que, «acima de tudo, o que se pretende com o recurso à IA é libertar os recrutadores sobretudo para a interação humana, para a parte relacional, nas entrevistas, em que é preciso passar tempo com os candidatos para os conhecer.»
Já Rui Marques, coordenador do Relational Lab, explicou porque é que, em seu entender, «o futuro depende da inteligência relacional», sendo que «somos seres relacionais, desde o útero até ao leito de morte». No contexto da empregabilidade, sublinhou, «inteligência relacional é a competência que permite equilibrar tecnologia e humanização, estratégia e empatia, individualidade e colaboração, garantindo que as relações profissionais são geradoras de desenvolvimento sustentável para pessoas, equipas e organizações».
A 11.ª Semana da Empregabilidade do IPS prossegue até sexta-feira, dia 14, com um programa pontuado por vários momentos de interação entre estudantes e potenciais empregadores, nomeadamente na Feira de Emprego, nos dias 12 e 13 de Março, que reúne mais de 120 empresas e organizações.
Organizada em parceria com a Associação Académica (AAIPS) desde a primeira edição, a iniciativa «já se tornou uma referência nacional no apoio à inserção profissional dos estudantes e recém-diplomados», que, ano após ano, «reforça o compromisso do IPS com a qualificação, a inovação e o futuro do trabalho», tal como referiu na sessão de abertura a presidente da instituição, Ângela Lemos, lembrando também que o IPS se mantém como «o politécnico com a menor taxa de desemprego a nível nacional, tendo alguns cursos uma taxa de 0%».