É hora de retirar o recrutamento dos RH? Esta tecnológica adoptou uma abordagem diferente para encontrar talentos

Na maioria das empresas, o recrutamento é responsabilidade dos Recursos Humanos, onde uma única equipa cuida das contratações para toda a organização. Isso permite que um pequeno grupo tenha uma visão panorâmica, simplifique processos, garanta que as práticas de contratação estejam de acordo com os regulamentos e que os candidatos tenham uma boa adequação cultural. Mas uma tecnológica norte-americana adoptou uma abordagem diferente: incorporou o recrutamento em cada departamento da sua organização, avança a Fortune.

 

A Verkada, uma empresa de segurança tecnológica baseada na nuvem, fundada em 2016 na Califórnia e avaliada em 3,5 mil milhões de dólares, com mais de 1700 colaboradores, começou a colocar, desde o início, recrutadores em equipas individuais, quando tinha menos de 100 funcionários. O CEO Filip Kaliszan disse à Fortune que essa mudança os ajudou a identificar e recrutar rapidamente os principais talentos necessários para expandir o negócio.

Cada departamento tem os seus próprios recrutadores que trabalham exclusivamente com eles, permitindo-lhes desenvolver as suas próprias estratégias de recrutamento para “dividir para conquistar”, explica Filip Kaliszan. Por exemplo, a equipa de recrutamento de engenharia organiza hackathons, enquanto a equipa de recrutamento de vendas organiza eventos em jogos de beisebol.

«Queria ter a certeza de que o chefe de Vendas conseguia cumprir as suas metas de contratação e que isso não teria influência na Engenharia e vice-versa», realça o CEO. O sistema permite que os recrutadores se concentrem nas necessidades específicas de talentos de sua equipa e desenvolvam uma estratégia de contratação cirúrgica que funcione melhor para esse grupo.

Kelly Larson, que supervisiona as contratações da equipa de Engenharia da Verkada e contrata em média de 23 engenheiros por trimestre, diz que o maior benefício de ter um relacionamento próximo com um departamento específico é os recrutadores poderem vender melhor a empresa e a função aos candidatos a emprego.

Em vez de “percorrer uma lista” e olhar para a logística, podem dar uma ideia de como é a cultura, como são os projectos, porque trabalham com os engenheiros, acrescenta.

Para Kelly Larson, abordar o recrutamento dessa forma também ajudou a Verkada a contratar mais rapidamente e acompanhar startups mais pequenas, que geralmente têm essa facilidade. «Atribuo a nossa capacidade de aumentar o talento ao ritmo que temos, em parte, a esta configuração e sistema. Esse foi provavelmente o resultado mais positivo», reitera Filip Kaliszan.

Claro que, sendo relativamente pequena, a Verkada não tem as “dores de cabeça” de recrutar para uma organização com centenas de milhares de funcionários. Kelly Larson diz que o seu relacionamento próximo com a liderança da empresa permite-lhe actuar como parceira de negócios e ajudar a garantir que os recrutadores que com ela trabalham cumprem a estratégia geral da empresa.

«Não há muitos níveis entre os decisores e aqueles que estão realmente à procura de candidatos», revela.

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