
E se em 2020 a sua filha não tiver emprego?
Todos os dias, a tecnologia simplifica a nossa vida, enquanto transforma o mundo a um ritmo alucinante. O problema é que está a deixar as mulheres para trás.
Por Nathalie Risacher, Senior Country Manager da Natixis em Portugal
As Nações Unidas estimam que em 2025, só na Europa, existirão sete milhões de vagas profissionais ligadas às áreas das STEM – ciência, tecnologia, engenharia e matemática – e não se prevê que existam trabalhadores qualificados suficientes para preenchê-las.
A revolução digital irá eliminar metade das profissões que existem actualmente, muitas das quais asseguradas por mulheres. Se a paridade nos sectores digitais continuar a deteriorar-se – se não agirmos já –, existe um risco real de aumento da marginalização das mulheres.
Estudos recentes dizem-nos que, actualmente, apenas 33% dos colaboradores da indústria tecnológica são mulheres, das quais 75% ocupam cargos nas funções de suporte, como Marketing, Comunicação, Recursos Humanos ou Administração. Sabe-se ainda que apenas 10% das startups tecnológicas foram fundadas por mulheres.
À luz deste cenário, parece claro que as empresas que pretendam permanecer inclusivas e verdadeiramente competitivas precisam de fazer da igualdade de género uma prioridade no desenvolvimento da sua estratégia de Recursos Humanos e assim criar condições para encontrar, contratar e sustentar uma força de trabalho mais diversa na área da tecnologia. Por isso, na Natixis em Portugal, enquanto centro de excelência em IT, acreditamos que é nosso dever levar a cabo todas as acções que pudermos para promover a diversidade neste campo, para dinamizar e apoiar iniciativas com impacto positivo na sociedade.
Com esta missão lançámos o programa ‘Champion for Change’, uma iniciativa de longo-prazo que visa estimular e promover a presença e o trabalho das mulheres no mundo da tecnologia, em Portugal e no mundo. Com este projecto, iremos promover uma forte interacção com escolas, universidades, comunidades tecnológicas e influenciadores, permitindo que as mulheres percebam que a tecnologia é uma opção, aprendendo umas com as outras, criando oportunidades e ajudando a promover uma comunidade inclusiva e relevante.
Queremos envolver as próximas gerações para construirmos novos caminhos e promovermos um ambiente onde as mulheres possam efectivamente concretizar todo o seu potencial. Queremos que elas se lembrem de que as áreas da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática não são um monopólio de qualquer género e devem ser seguidas por mulheres e homens, com iguais oportunidades. Este projecto não se trata apenas da Natixis e da nossa política de recrutamento. O que realmente procuramos é ter um papel interventivo na sociedade que nos rodeia. Queremos impulsionar esta mudança tão necessária e urgente na nossa sociedade. O futuro das mulheres está em risco. Mas as consequências não são só para elas, são para todos nós.
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