Formação: Pilar determinante e estratégico da Transformação Digital

Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy

A Transformação Digital, como não podia deixar de ser, é um dos grandes temas da atualidade. Vamos a números. Segundo estudos recentes só 21% das empresas têm um índice de intensidade alto ou muito alto em termos digitais. Mas na grande maioria das micro e pequenas empresas o valor é considerado muito baixo. Se considerarmos que 99,3% das empresas no nosso País são de pequena dimensão… é melhor colocar, de imediato, mãos à obra!
Na verdade, segundo dados de 2022, a falta de competências e expertise em tecnologias de informação foi considerado o principal obstáculo à Transformação Digital em 54% das empresas. Verifica-se que existe uma exigência de transformação tecnológica, quer de processos, mas também cultural, com uma nova atitude para o futuro. Há mesmo a necessidade de inclusão de novos perfis, funções distintas e uma aposta clara na reconversão, já que se perceciona que o mercado não será capaz de responder tão prontamente às necessidades.
Como não podia deixar de ser é um desafio à Gestão de Pessoas. Nem se trata tanto de recrutamento e seleção, o impacto situa-se dentro das próprias organizações. Há uma lógica orgânica, não esquecendo que a Transformação Digital está associada ao conceito de Gestão de Pessoas estratégica, numa via dedicada ao desenvolvimento das pessoas em articulação com toda a automação que possa surgir. O facto de o trabalho estar conectado com um ecossistema específico, o da Transformação Digital, aponta para um maior nível de flexibilidade e de gestão de grupos de trabalho. É um sintoma claro do carater evolutivo do mercado e com impacto no negócio.
Há, pois, que não esquecer que na gestão dos processos de negócio e na interpretação da Cultura organizacional há sempre uma tríplice necessidade de ação: nas tecnologias, nas pessoas e nos processos. E sempre considerados relevantes e em uníssono. É a única forma de se estar alinhado com toda e qualquer transição, com toda e qualquer mudança, tornando sempre mais fácil toda e qualquer adaptação.
Obviamente, e utilizando um lugar comum, a tecnologia não é a solução, é tão só o meio. Por mais poderosa que seja. As organizações que descartem a Cultura Organizacional, a sua importância como fator agregador e de identificação, as lógicas relacionais – há que procurar um modus operandi focado nas Pessoas e não exclusivamente na máquina, sem escamotear a linha evolutiva que o Mercado possa impor. Sem dúvida que existe toda uma Aprendizagem. Hoje em dia, não necessitamos de trabalhar todos debaixo do mesmo teto, ou até no mesmo País. Necessitamos acima de tudo de gerar processos e mecanismos que coloquem as pessoas capacitadas para os novos desafios, mas que, também, tenham as melhores condições de desenvolvimento.
A Formação Profissional já dá o seu contributo para toda uma nova dinâmica e continua em constante evolução. Ela própria faz a sua Transformação Digital, com novas metodologias, novos equipamentos, novas dinâmicas. Contributo essencial e valioso na Cadeia de Valor de Gestão de Pessoas. É impulsionadora do desenvolvimento de Competências, mas também na adequação cultural. É, na mesma linha, catalizador da produtividade e promotor da satisfação das Pessoas.