Geração Z no local de trabalho: Esmagamos os estereótipos

Já ouviste as conversas. Os murmúrios nas salas de reuniões e os segredos sussurrados junto às máquinas de café. “Eles estão sempre nos telefones”, “Eles querem tudo imediatamente”, “Eles não sabem o que é trabalho duro”. Mas, como qualquer estereótipo, esses comentários estão longe da realidade completa.

Por Mariana Cristo, Communications consultant da Mercer Portugal

 

Um recente relatório da Oliver Wyman trouxe insights sobre a nossa geração. E adivinha? Não estamos apenas aqui para tirar selfies e criar memes. Somos complexos, multifacetados e estamos a moldar o futuro à nossa maneira.

#NãoSomosPreguiçososSomosEficientes

Enquanto a geração anterior se orgulha de ficar até tarde no escritório, nós, da Geração Z, preferimos trabalhar de forma inteligente. Para quê gastar oito horas numa tarefa quando podemos concluir em duas com a ajuda da tecnologia? (Sim, estou a falar do Tiktok que mostra que, em vez de contar folhas à mão, posso só pedir à impressora que as conte por mim). Esta eficiência não é preguiça, é simplesmente uma forma mais célere de abordar o trabalho.

#EstamosEmCasaQueremosEquilibrio

Quando falamos em emprego, a Geração Z procura realização pessoal, transparência e diversas opções no local de trabalho. Valorizamos autonomia, flexibilidade e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Aliás, 85% de nós preferem ambientes de trabalho híbridos ou remotos. E, contrariando a crença popular, 60% acreditam que um emprego não precisa de ser gratificante por si só, mas deve permitir equilíbrio e realização em outros aspectos da vida.

#ComprometidosMasNãoAcorrentados

Estamos a redefinir a relação entre empresa-colaborador. Surpreendentemente, 62% de nós estão activamente ou passivamente à procura de novos empregos. E mesmo entre aqueles que afirmam lealdade ao seu empregador, 70% estão ainda à procura de novas oportunidades. Um dos maiores desafios no recrutamento? A falta de transparência, apontada por 78% da Geração Z como um ponto doloroso significativo.

#SideHustlingNestaEconomia

Vemos o emprego de forma pragmática. Para muitos de nós, é uma forma de pagar as contas e financiar paixões fora do trabalho. E falando em paixões, muitos têm “side gigs” em mercados online como Fiverr, Etsy e Depop. Estas actividades paralelas não são apenas hobbies: 35% dos Gen Zers fazem-no para cobrir custos de vida, enquanto 38% procuram maior flexibilidade financeira. E mais da metade de nós é movida pela paixão ou um sentido de conexão e comunidade. Os hashtags #quietquitting e #greatresignation no TikTok são testemunhos da nossa vontade de encontrar trabalho que realmente ressoe conosco.

#SabemosOQueremosNasEmpresas

Quando se trata das nossas expectativas relativamente aos nossos empregadores, é claro. Queremos trabalhar para empresas que são globalmente conscientes e que proporcionem flexibilidade, autonomia e equilíbrio entre o trabalho e vida pessoal. E não, não ficaremos com empresas que não correspondam a essas expectativas. As organizações que desejam atrair e reter talentos da Geração Z precisam de priorizar a nossa saúde, oferecer caminhos claros de carreira, ajudar-nos a encontrar realização pessoal no trabalho e fomentar o nosso espírito empreendedor. E, para as mulheres da Geração Z, a igualdade salarial é apenas o começo. Procuramos mais oportunidades de progressão, respeito, reconhecimento e realização pessoal.

#SeNãoDáMatchSaímos

Não somos apenas colaboradores; somos também activistas. Estamos envolvidos em questões como saúde, leis de justiça criminal, diversidade, direitos de armas e mudanças climáticas. E se os nossos empregadores não estiverem alinhados com as nossas visões sobre essas questões, procuraremos outros que o façam.

#AdeusÀCulturaCorporativaTradicional

E, claro, a pandemia teve um impacto profundo em nós. Muitos de nós iniciaram funções a partir de casa, em isolamento, o que nos levou ao esgotamento e ao desejo de mais tempo longe dos computadores. Esta experiência acelerou a nossa resistência ao status quo, tornando-nos menos interessados em culturas corporativas tradicionais e mais em encontrar trabalho significativo que esteja alinhado com os nossos valores.

 

TLDR: Antes de julgares a Geração Z como colaboradores, lembra-te de que estamos a trazer uma série de habilidades, valores e perspectivas únicas para a mesa. Não estamos aqui para destruir o local de trabalho, estamos aqui para melhorá-lo. E, se estiveres disposto a ouvir, a aprender e a adaptar-te, vais descobrir que trabalhar com a Geração Z pode ser uma das melhores decisões que a tua empresa já tomou.

Agora, desculpa, mas temos uma videoconferência com a equipa. E, sim, é no Zoom. Porque o futuro é agora.

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