Indústria 4.0: Automação, evolução e não revolução

À medida que a tecnologia amadurece, ela vai mudando a forma como trabalhamos e os empregos disponíveis.

 

Por Pedro Antunes, advogado coordenador do departamento de Laboral da CCA Ontier

 

Sabia que nunca se criaram tantas empresas em Portugal como em 2018: foram mais de 45 mil. E que Portugal registou menos 12% de insolvências. Os números são animadores, mas a automação das tarefas é a palavra de ordem. E como as empresas se irão adaptar ao novo paradigma, a principal preocupação.

Um estudo da DHL identifica as várias oportunidades no comércio electrónico internacional, que tem registado aumentos desde 2015: neste ano, representavam 300 mil milhões de dólares; actualmente já representam cerca de 900 mil milhões de dólares. Portugal também é mencionado neste estudo, com a DHL a referir que ocupamos a 26.ª posição, sendo que, por cá, em 2017, o e-commerce já valia mais de quatro mil milhões de euros por ano.

Tudo demonstra que o mercado de trabalho em Portugal está em crescimento, mas também em mutação, a tentar acompanhar o comboio da automatização, pois esta será a única forma de sustentar as taxas de crescimento dos últimos 20 anos e aumentar a produtividade, segundo o relatório da McKinsey sobre “Automação e o Futuro do Emprego em Portugal”.

Várias consultoras se têm pronunciado sobre as tendências para o mercado de trabalho de 2019 e são dois os nomes a sublinhar: inteligência artificial (IA) e blockchain. Porém, estas afiguram-se como tecnologias que estão em diferentes estágios de maturidade e cujo nível de aceitação pela sociedade é, por enquanto, muito diferente:

– A IA é uma tecnologia madura, com milhares de aplicações nas mais diferentes áreas. Tem vindo a ser desenvolvida e aperfeiçoada nos últimos 50 anos, estando na base do aparecimento de muitos negócios e empresas, como é o caso de sete das dez empresas mais valiosas do mundo cotadas em bolsa.

– O blockchain é uma tecnologia emergente que veio substituir registos centralizados por registos descentralizados, cuja validade pode ser verificada pela existência de um consenso, matematicamente demonstrável pela maioria dos utilizadores. Acredito que o esperado crescimento do blockchain dependerá da resposta necessária a estes novos desafios, que terão de ser adequadas a esta nova realidade.

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Fevereiro da Human Resources.

Ler Mais