Joana Queiroz Ribeiro, Fidelidade: 2021 = (incerteza x cansaço x distanciamento) x (cultura + competências)/pessoas

Joana Queiroz Ribeiro, directora de Pessoas e Organização da Fidelidade não tem dúvidas de que «2021 será sem dúvida um ano muito difícil, talvez até mais do que 2020, porque a pandemia não é “novidade”, estamos cansados e mais ansiosos. Vão diferenciar-se as organizações que conseguirem manter os colaboradores saudáveis e motivados e com sentimento de pertença, mantendo e fortalecendo os laços culturais.» Leia a sua análise aos resultados do XXXIV Barómetro Human Resources.

 

«Na Fidelidade não temos ilusões: 2021 será sem dúvida um ano muito difícil, talvez até mais do que 2020, porque a pandemia não é “novidade”, estamos cansados e mais ansiosos. O cansaço corre ao lado do avanço da vacina. É uma corrida desigual, falseada à partida porque o vírus partiu cedo e de forma insidiosa há mais de um ano. Mas a expectativa da meta traz-nos, enquanto organização, uma esperança acrescida num cenário de normalidade.

Enquanto essa normalidade não chega, a pandemia veio realçar a importância de se cuidar das pessoas. Acreditamos que temas relacionados com o wellbeing dos colaboradores serão fundamentais em 2021. E estamos a falar de um bem-estar a todos os níveis, físico, emocional, psicológico. Será nestes momentos que as empresas se vão distinguir, de quanto e como conseguiram apoiar e estar lá para os seus, mesmo nos priores momentos.

A pandemia, com a aceleração vertiginosa do trabalho remoto e o distanciamento físico, veio levantar outros desafios, relacionados com cultura e sentido de pertença: Como manter as equipas próximas? Como garantir o sentimento de equipa? Como manter uma ligação emocional com a empresa e o empregador? Vão diferenciar-se as organizações que conseguirem manter os colaboradores saudáveis e motivados e com sentimento de pertença, mantendo e fortalecendo os laços culturais. E para isso é preciso liderança. É um momento crítico para as lideranças, sejam elas de topo ou não. Liderar é sempre um desafio, ainda para mais numa crise sem precedentes quando a tomada de decisão se torna difícil. Será necessário desenvolver novas competências, dos colaboradores em geral e sobretudo de quem é responsável por gerir pessoas.

Acredito cada vez mais que as áreas de Gestão de Pessoas vão dar o salto e afirmar-se, finalmente, como verdadeiros parceiros de negócio e coachs dos próprios líderes. O nosso papel é apoiar os líderes a fazer acontecer através das suas pessoas. Ao invés de nos posicionarmos na retaguarda, temos de nos sentir responsáveis pelos resultados conseguidos pelas áreas de negócio e pelo serviço que conseguimos prestar, no nosso caso, aos clientes do Grupo Fidelidade. 2021 será um ano decisivo nesta área. Acredito mesmo que “as pessoas são tudo”, e é nossa responsabilidade procurar o melhor para essas pessoas. Procurar novas soluções, novos caminhos, questionar o que assumimos como dado adquirido, garantindo que estamos preparados para servir os nossos clientes.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Fevereiro (nº. 122)  da Human Resources, no âmbito da XXXIV edição do seu Barómetro.

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