Jovens, quo vadis?

Ricardo Florêncio 

Quando se fala com um jovem universitário sobre a sua perspectiva de futuro, a resposta é quase sempre a mesma: se possível acabar o curso no estrangeiro e ficar por lá. É deste modo prático e desprendido que os nossos jovens olham para o futuro. Dir-se-á que não há mal nenhum nesta situação, pois estes jovens que nasceram no fim dos anos 90 são a primeira geração efectivamente nativa digitalmente. E, desta forma, o seu mundo é mesmo o mundo.

Sem fronteiras físicas, em que falam tão facilmente com um vizinho como com alguém que está na Austrália. A velocidade, a circulação e a disponibilidade de notícias e informação permite-lhes ter um conhecimento generalizado sobre o que se passa no mundo. Assim, vão mover-se para outras latitudes e longitudes que, segundo eles, lhes permitem abrir outros horizontes que lhes tragam maiores e melhores oportunidades. Certo? Até certo ponto, sim.

Contudo, há claramente pontos menos positivos. A nossa melhor mão-de-obra, a mais preparada e especializada, não está a pensar aplicar em Portugal os ensinamentos que foram recolhendo. E, como tal, ficamos mais pobres. Muitos dirão que não há problema algum, pois haverá sempre interessados em trabalhar por cá. Claro! Mas, tal como em todas as equipas que praticam desportos, há os titulares e há os suplentes. Todos são importantes. Todos são fundamentais para a equipa. Todos têm um papel a representar no sucesso da equipa. Todos têm de funcionar em prol da equipa. Isso é claro e evidente. Porém, não deixa de haver titulares e suplentes…

Editorial publicado na edição de Setembro de 2017 da revista Human Resources