Uma questão de políticas e planos…

Por Ricardo Florêncio

É assunto muitas vezes debatido e rebatido, mas sobre o qual não se vê medidas de fundo para o poder resolver, ou pelo menos, atenuar. O deficit entre as pessoas que saem e entram no mercado de trabalho está a acentuar-se. E a tendência, face à nossa pirâmide etária, é para continuar a agravar-se.
Por outro lado, a questão não se coloca apenas em questões de idade, mas atendendo a diversos motivos, também rebatidos inúmeras vezes, há muitas pessoas a sair de Portugal, altamente qualificadas, enquanto que a grande maioria dos profissionais que atraímos são de baixa qualificação. Que também necessitamos, não tenhamos dúvidas. Mas também precisamos, e muito, dos outros, com os conhecimentos e competências que são extramente necessários ao nosso desenvolvimento.
Se é verdade que com todo o desenvolvimento da inteligência artificial, digitalização e tecnologia, podemos vir a necessitar de menos mão-de-obra em termos totais, também não deixa de ser verdade que, com esse desenvolvimento, vamos necessitar dessa mão-de-obra mais qualificada. E é uma questão conjuntural, mas também estrutural. Pois é de curto, médio e longo prazo.
Deste modo, urge definirem-se políticas e planos concretos, que vão desde a área fiscal, às políticas de imigração, que permitam manter e atrair mais trabalhadores e profissionais de que necessitamos. E este é sem dúvida, um dos grandes desafios que temos pela frente. Oxalá todos tenham esta percepção e a urgência desta necessidade.

Editorial publicado na revista Human Resources nº 151, de Julho de 2023