A revolução no mercado de trabalho

Por Ricardo Florêncio

 

Já muito se falou e escreveu que tudo mudou nos últimos três meses. Vamos daqui para a frente assistir a uma recuperação lenta da nossa economia e da vida nas empresas. Desde logo, o medo e o pânico que se cultivou nas pessoas desde Março teve os seus efeitos positivos. As pessoas fecharam-se em casa, o que muito beneficiou o controle da situação da pandemia. A dificuldade será agora tirá-las de casa para voltarem aos seus locais de trabalho, por um lado, e para voltarem a ser consumidores, por outro.

Mas esta situação ímpar que estamos a viver permitiu que se fizessem diversos estudos e análises. Por exemplo, concluiu-se que algumas funções baixaram a sua produtividade e assim não são passíveis de se manter a operar fora dos locais de trabalho e da ligação mais directa e permanente às outras equipas. Por outro lado, outras funções mantiveram e até aumentaram a sua produtividade. E assim, fará todo o sentido estudar-se a forma de dar continuidade a este método e sistema. Algumas já operavam nestes sistemas, outras irão começar agora, mas vamos assistir a uma autêntica revolução no mercado de trabalho. As empresas vão concluir que não precisam de tanto espaço e, assim, irão reduzir as dimensões dos seus escritórios.

Contudo, toda esta situação também traz muitas novidades ao nível das relações interpessoais, da liderança, dos métodos de trabalho, do lado da capacidade de inovação e implementação, do papel da comunicação interna, do “engagement”, da cultura da empresa, etc. Mas não só! Como será a nova regulação do mercado do trabalho? Como evoluirão os contratos de trabalho? E qual a clivagem e mesmo desconforto que poderão ocorrer nas empresas e organizações com algumas pessoas a pensar, e sentir, que os que podem trabalhar em teletrabalho são beneficiados em relação aos outros?

Estes e muitos outros serão os temas em análise e debate na 19.ª Conferência da Human Resources, agendada para dia 21 de Julho, no Museu do Oriente.

 

Editorial publicado na revista Human Resources nº 114 de Junho de 2020, nas bancas

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