novobanco: A regra dos três «As»: Analisar, avaliar e antecipar

O well-being assume cada vez maior importância na gestão de uma empresa e o novobanco revela-nos que o segredo está na «antecipação» e na resposta às reais necessidades dos colaboradores.

 

O well-being representa um processo de consciencialização e escolha de uma vida saudável, plena e gratificante, tendo conquistado uma cada vez maior importância para os colaboradores dentro das organizações. Nesse contexto, Catarina Horta, directora de Capital Humano do novobanco, partilha que foram delineadas «acções para cuidar de todos e para cuidar de cada um a nível individual», antes de revelar as premissas da estratégia e do programa de well-being do banco:

Diagnosticar, monitorizar e escutar os colaboradores: Trata-se do ponto de partida para definir as iniciativas e as medidas a implementar pela empresa;

Promover o autocuidado: Todos têm de ter um papel activo para se alcançar o bem-estar individual, considerado um factor crítico de sucesso para o bem-estar em equipa;

Priorizar a prevenção: Uma forma mais eficaz de promover o bem-estar e evitar casos de doença ou situações de dificuldade;

Proporcionar acesso a rastreios: Optar por uma vigilância contínua da saúde;

Disponibilizar tratamentos: Fornecer um suporte em contextos de doença ou situações de dificuldade.

 

A responsável explica, ainda, que este ciclo se repete em permanência, dado que considera ser «um processo essencial para alcançar este propósito de bem-estar». Para o efeito, afirma que a empresa tem disponível um plano anual de temáticas abrangentes, com iniciativas e experiências, que depois são apresentadas aos colaboradores no calendário mensal. Alinhado com este reportório, existe ainda um plano de comunicação, que, segundo a própria, «é determinante para o envolvimento e inclusão de todos».

 

Campus novobanco, sustentabilidade e motivos para a mudança
O novobanco confirmou a instalação de uma nova sede no Tagus Park, com capacidade para mais de 2000 trabalhadores. Para esta construção, a empresa «criou uma equipa multidisciplinar, que envolve todas as áreas do banco para garantir que nada é esquecido e o sentido de pertença chegue a todos». Adicionalmente, a organização bancária está a trabalhar com uma consultora para a obtenção da certificação Leed e Well, que será um reconhecimento da concretização desse objectivo.

A profissional bancária levanta, também, a ponta do véu e revela que «o Campus novobanco vai disponibilizar soluções de espaço e mobilidade mais ecológicas », com destaque para os espaços colaborativos formais e informais; para as soluções tecnológicas de suporte à utilização dos espaços e que suportem o trabalho colaborativo e a nossa Academia; para os espaços de lazer e convívio que promovam a interacção social; e para os espaços de bem-estar e de refeição com uma oferta saudável e diversificada. A expressão «vamos dar casa à nossa cultura» foi utilizada pela responsável como um elemento representativo da «forte ligação ao espaço exterior e à natureza», já que vão permitir criar uma «simbiose perfeita entre trabalho e bem-estar».

Quanto aos motivos para a mudança de instalações, informa que se tratou de «uma decisão corporativa», que está em consonância com o plano estratégico do banco. Contudo, também revela que «foi uma oportunidade para criar um espaço que pudesse proporcionar uma melhor experiência para os colaboradores ». De acordo com a executiva do novobanco, as instalações no Tagus Park vão permitir «implementar soluções para uma nova cultura de trabalho mais flexível, mais colaborativa e mais sustentável».

 

Impacto dos programas de bem-estar nos colaboradores
Sobre o impacto dos programas de well-being, Conceição Carvalho, directora de Bem-Estar e Experiência de Colaborador do novobanco, considera que «melhoraram seguramente os níveis de satisfação dos colaboradores do novobanco», embora tenham tido preponderâncias diferentes, já que existem 4000 colaboradores na empresa com contextos distintos. Nesse sentido, a própria acredita que o impacto poderá ter sido menor nos colaboradores que «tiveram uma participação menor nas iniciativas disponibilizadas pela empresa».

Sobre esta última nota, dá como exemplo o valor que tem uma medida simples, como conceder o dia do aniversário ao colaborador. Para alguns, pode ter um efeito menor, mas para outros pode «ter muito impacto», dado que esta acção pode «melhorar a qualidade de vida do colaborador e a percepção que o mesmo tem sobre a forma como a empresa cuida dos seus colaboradores».

Por outro lado, explica, também, que os «colaboradores que têm um nível participação moderado nas iniciativas vão sentir um maior impacto na sua qualidade de vida, não só pelas experiências que já vivenciaram, como também pela adopção de comportamentos saudáveis». Por último, sustenta que o «impacto será mais elevado nos colaboradores que têm um alto nível de participação em iniciativas da empresa» ou nos colaboradores que tiveram um apoio efectivo do banco «em contextos adversos, como casos de doença ou dificuldades financeiras».

 

Modelo e híbrido e estratégias de well-being na empresa
Após um período que ficou marcado pela pandemia, o novobanco implementou uma nova política de organização de trabalho, que veio permitir «instituir um modelo flexível de trabalho híbrido». Sobre este tema, a responsável diz que essa medida permitiu «ir ao encontro de um maior equilíbrio e conciliação dos colaboradores sem colocar em causa o trabalho de equipa». Em algumas excepções, revela, a empresa permite que o teletrabalho possa ser feito a 100%.

Além disso, a instituição bancária tem ainda um conjunto de medidas de conciliação que são bastante valorizadas pelos colaboradores, tais como: «as dispensas no dia de aniversário do colaborador, da tarde de aniversário dos filhos dos colaboradores até completarem 18 anos, do primeiro dia de escola no início do 1.º e 2.º ciclos de escolaridade, e possibilidade de comprar até mais cinco dias de férias por ano (além dos 25 dias que já estão previstos no Acordo Colectivo de Trabalho do sector bancário)». Ainda em relação às dispensas, revela que «o banco ofereceu mais um dia de dispensa a todos os colaboradores pelo facto de ter atingido os objectivos estabelecidos pela DGCOM no seu plano de reestruturação».

Já sobre as várias dimensões do well-being, a executiva considera que é essencial para qualquer empresa ter em consideração as vertentes física, mental, emocional, espiritual, social e ambiental. Nesse sentido, refere que «o novobanco disponibiliza consultas gratuitas de Medicina Geral, Psicologia, Psiquiatria e Nutrição aos colaboradores », sem esquecer que os médicos das diferentes especialidades, em conjunto com os médicos do trabalho, «proporcionam um acompanhamento holístico dos colaboradores».

Aliás, Conceição Carvalho revela que «a empresa recorre com frequência a estes especialistas para palestras, com o propósito de correlacionarem os impactos destas diferentes dimensões na saúde e no bem-estar». Paralelamente, informa que «são disponibilizadas sessões de literacia em todas estas dimensões, com o objectivo de promover escolhas conscientes, assim como comportamentos saudáveis e sustentáveis».

No caso da saúde mental, que num contexto pós-pandemia teve uma importância acrescida, «o novobanco reforçou os recursos e as medidas de prevenção, rastreio e tratamento». Uma das medidas, segundo a directora, passou pela «formação das hierarquias», de modo a sensibilizá- las para «a preponderância do seu papel na prevenção da saúde mental das suas equipas, bem como para «a detecção de situações que necessitem de um acompanhamento especializado». Nesta dimensão, e também pela sua especificidade, «têm sido estabelecidas parcerias com algumas organizações que têm conhecimento e instrumentos úteis na área do bem-estar mental», remata.

 

Prioridades, novidades e balanço da estratégia de well-being
Para o futuro, a profissional revela que o programa de bem-estar da instituição bancária – designado por “Programa 5+” – tem cinco objectivos subjacentes: + saúde física, + saúde mental, + bem-estar, + equilíbrio e + felicidade. «Continuará a ser um instrumento crítico para melhorar continuamente o bem-estar de todos.» Além disso, salienta que existe um conjunto de iniciativas que estão sempre disponíveis para os colaboradores da instituição bancária.

De qualquer modo, nesta fase, Catarina Horta realça que existem dois desafios nos quais o banco está a trabalhar com mais atenção, nomeadamente: «procura por uma forma mais eficaz e frequente de chegar aos colaboradores que estão dispersos pelo país (a nossa rede comercial)»; e «preparação de iniciativas a implementar no Campus (cuja mudança está prevista para o segundo e terceiro trimestres do próximo ano)». Adicionalmente, afirma que «a empresa tem ainda objectivos quantitativos associados às participações dos colaboradores nas diferentes iniciativas e aos resultados de alguns questionários».

Já em relação às novidades na área do well-being, a responsável faz saber que a empresa vai disponibilizar programas e iniciativas de bem-estar, pelo que «vai continuar atenta e vigilante sobre as necessidades dos colaboradores». E, nesse sentido, deixa a garantia de que «o banco vai estar a par das informações que cheguem a partir dos canais existentes» ou dos dados que consigam obter com estratégias que «visam antecipar contextos adversos, como a inflacção ou taxas de juro». Nestes últimos dois casos, a instituição disponibiliza soluções para mitigar esse contexto e outros que impliquem uma mudança maior. Com base nesta dinâmica de antecipação, a estratégia do novobanco para um futuro a curto prazo «passa por disponibilizar medidas que permitam minimizar o impacto da deslocalização de alguns colaboradores».

Por último, Catarina Horta traça um cenário positivo e explica que «o aumento do bem-estar é sinónimo do aumento de colaboradores mais criativos, produtivos, motivados e comprometidos com a organização». Em sentido oposto, afirma igualmente que «os colaboradores que não estão felizes têm uma maior taxa de absentismo e, por vezes, podem, até, provocar um mal-estar dentro da equipa». Em síntese, «as políticas e programas de bem-estar do banco acabam por ser um factor de atractividade e retenção de talento», termina.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Well-Being” na edição de Agosto (n.º 152) da Human Resources, nas bancas.

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