Número de empresas insolventes recua

As insolvências diminuíram 29,3% em Outubro de 2014 face a Outubro de 2013, mostra um estudo da Ignios.

De acordo com os dados da Ignios, no mês de Outubro foram registadas 579 insolvências de empresas em Portugal, um número que apresenta um decréscimo de 29,3% face às 820 empresas insolventes observadas no mesmo mês do ano passado. Se excluirmos o mês de Setembro – que este ano é considerado atípico devido aos condicionantes processuais resultantes do mau funcionamento do Citius -, Outubro é o terceiro mês em 2014 em que o número de insolvências mensais fica abaixo das 600, o que em 2013 só se tinha verificado em Agosto.

No Observatório de Insolvências e Constituições de Empresas referente a Outubro, a  Ignios dá ainda nota de que, no acumulado do ano (10 primeiros meses), o número de insolvências se fixa em 5698 em comparação com as 6748 empresas insolventes no mesmo período do ano passado, se bem que , devido às condicionantes processuais no Ministério da Justiça, nomeadamente a instabilidade da sua plataforma Citius no final de Agosto e grande parte do mês de Setembro provavelmente não reflectem a realidade a nível de insolvências.

António Monteiro, CEO da Ignios, nota que «apesar destas restrições, é bastante claro que a partir do 1.º semestre se deu uma inflexão do crescimento progressivo que tinha sido registado até então para um consistente decréscimo das insolvências em Portugal. Adicionalmente, importa ainda não esquecer que também o rácio de insolvências/criação de empresas se alterou».

A Ignios apurou que nos primeiros 10 meses de 2014, em cada dia foram constituídas 97,7 empresas e declaradas insolventes 18,7 empresas. Esta relação compara com 97,9 empresas criadas por dia em 2013 e 22,2 insolvências diárias.

Em Outubro foram criadas 3158 empresas em Portugal, o que elevou para 29 705 as empresas constituídas entre Janeiro e Outubro de 2014. Este volume confirma a redução do diferencial entre 2014 e 2013, que tinha iniciado o ano nos -22,2%, estando actualmente apenas 1,3% abaixo das 29.784 empresas criadas nos primeiros 10 meses de 2013.

Em termos de sectores de actividade, a Construção e Obras Públicas é a área que apresenta maior número de insolvências (19% do acumulado do ano), seguida das empresas de “Outros Serviços (18.2%), do Comércio da Retalho (16,3%) e do Comércio a Grosso (12,1%). As indústrias da fileira da Moda confirmaram a sua tendência decrescente, com 5,2% do total das insolvências em 2014 (6,3% em 2013), o que se deve em grande parte ao aumento das exportações, aceleradas em 2014. Já na constituição de empresas, os “Serviços” continuam a  dominar, concentrando 40,7% das empresas criadas entre Janeiro e Outubro. Destacam-se ainda a Agricultura (de 4,5% para 4,9%), o Comércio Automóvel (de 3% para 3,2%), e a Hotelaria e Restauração (de 10,6% para 11%) entre as actividades que aumentaram o seu peso no total das empresas constituídas.

Na distribuição geográfica, o distrito de Lisboa concentrou o maior número de empresas criadas (8603), seguido do Porto (5575 novas empresas) e Braga (2555). Os mesmos três distritos lideram as insolvências, embora em ordem diferente, com o Porto a comandar (1301). Lisboa registou 1241 insolvências em 2014 e Braga 632.

O tecido empresarial português continua a ser predominantemente de Pequenas e Médias Empresas, sendo que 92,1% das empresas criadas em 2014 têm um capital social igual ou inferior a 25 000 euros. Também nas insolvências dominam as microempresas, que absorvem 96,8% das empresas insolventes nos primeiros 10 meses deste ano.

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