Nuno Troni, Randstad: A saúde mental deverá ser prioridade
Nuno Troni, director da Randstad Professionals, acredita que «o desgaste causado pela pandemia, a todos os níveis, originou um impacto na saúde mental nunca antes visto nas organizações. A forma como as empresas e os colaboradores gerem este tema será crucial para os próximos meses e terá impactos significativos a curto, médio e longo prazo». Leia a sua análise aos resultados do XXXVI Barómetro Human Resources.
«Os resultados deste barómetro não constituem propriamente uma surpresa, mas levantam algumas questões interessantes. Se, por um lado, se considera que tanto os líderes como os colaboradores tinham as competências mais necessárias para lidar com a nova forma de trabalhar, a esmagadora maioria dos inquiridos (86%) considera que a qualificação e requalificação serão prioritárias para ambos. Podemos concluir que tanto os novos modelos de trabalho como a transformação de negócio, causados ou acelerados pela pandemia, exigem competências que temos apenas em parte, tanto no lado das empresas como do lado dos colaboradores. A confiança é a palavra de ordem no que toca à gestão da workforce, com 79% dos inquiridos a afirmarem que vão manter ou aumentar a estrutura, e 37% a acreditarem que a taxa de desemprego irá diminuir. Os últimos dados são os mais preocupantes e negativos e deverão ser, acredito, a prioridade número um para as empresas. O desgaste causado pela pandemia, a todos os níveis, originou um impacto na saúde mental nunca antes visto nas organizações (excepto para 10%), facto agravado por mais de metade dos inquiridos serem da opinião que os líderes não estão preparados para lidarem e apoiarem os colaboradores neste aspecto. A forma como as empresas e os colaboradores gerem este tema será crucial para os próximos meses e terá impactos significativos a curto, médio e longo prazo.»
Este testemunho foi publicado na edição de Junho (nº. 126) da Human Resources, no âmbito da XXXVI edição do seu Barómetro.