«O Orçamento do Estado para 2021 ainda nem foi aprovado e já está desactualizado», afirma Tiago Brandão
Sejamos claros: o OE 2021 ainda nem foi promulgado e já está desactualizado! Já sabemos que o último trimestre de 2020 e os primeiros trimestres de 2021 serão bem mais complicados do que o que se assumiu como premissa orçamental: haverá mais custos e menos receita. Sejamos pragmáticos: as medidas devem ser urgentes e de curto-prazo!
Por Tiago Brandão, director-geral da The Browers Company
Há que direccionar os recursos (humanos e financeiros) para as áreas de Saúde, Assistência Social e Economia. Nada mais é prioritário! Para quê agravar outros custos? Neste contexto, o Barómetro demonstra apoiar medidas de apoio
ao rendimento das pessoas (salário mínimo, subsídio de desemprego e outras medidas extraordinárias). Só que esse é um dos “lados da balança” e impacta muito pouco o curto- -prazo.
Entre as medidas que urge reforçar, a mais importante é o aumento da comparticipação extraordinária às empresas (por exemplo o lay-off, etc.), pois funcionam como mecanismos de protecção de emprego. Estas medidas são o único incentivo às pequenas e médias empresas (PME) para aguentarem mais uns meses a pressão sobre as suas tesourarias.
O Barómetro, de certa forma, também aponta nesse sentido da protecção das
PME. Será possível aumentar esse incentivo para os níveis que se praticam na Europa? Sem essa “injecção de confiança” às empresas, o desemprego disparará, os encargos sociais do Estado aumentarão e a Economia sofrerá ainda mais. No médio-prazo, logo vemos, dirão proprietários, gestores, empresários, directores de Recursos Humanos, etc. Logo ajustaremos as funções, requalificaremos as pessoas (para já o reskilling/upskilling é para uma minoria, reconhece o Barómetro). No imediato, importa é a saúde das pessoas e salvar a continuidade do negócio, confirmam os resultados do inquérito.
A pandemia, ao prolongar-se para 2021, exige que a governação “ataque” 2020 e 2021 com “Orçamentos de Emergência”. Unam-se agora ou “a queda vai magoar-nos”.
Este testemunho foi publicado na edição de Novembro da Human Resources, no âmbito da XXXIII edição do seu Barómetro.