Portugal é o sexto país do mundo onde a diferença no salários dos imigrantes é maior

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou esta segunda-feira um relatório sobre o fosso salarial nos imigrantes, uma diferença que cresceu face ao anterior relatório da OIT sobre esta matéria, realizado há cinco anos. Em 2014, Portugal tinha um fosso de 25,4% e em 2019 esse fosso é de 28,9%, adianta a TSF.

 

A publicação revela que Chipre, Eslovénia, Costa Rica, Itália, Jordânia, Portugal, Espanha, Luxemburgo, Áustria e Grécia são as 10 economias mundiais onde as diferenças remuneratórias para a população migrante são maiores.

De acordo com este relatório, «em média, os trabalhadores migrantes nos países mais ricos ganham 12,6% menos do que os nacionais. No entanto, existem variações entre os países e nos diferentes escalões salariais», podendo as diferenças chegar aos 71% entre os empregos pouco qualificados.

Ser mulher e migrante também é um factor de dupla penalização. «A disparidade salarial entre homens nacionais e mulheres migrantes nos países de mais rendimentos, por exemplo, é estimada em 20,9%.»

Assim, a TSF avança que o relatório da OIT concluiu que os «trabalhadores migrantes nos países mais desenvolvidos são mais propensos a trabalhar em empregos com menor qualificação e baixa remuneração, que não correspondem à sua educação e habilitações».

Ou seja, «os trabalhadores migrantes com educação superior nos países mais desenvolvidos têm menos probabilidade de conseguir empregos em categorias ocupacionais mais altas do que os trabalhadores não migrantes. Isso reflete o fato de os migrantes nas economias mais ricas serem afectados pela ausência de equivalência de competências e terem dificuldade em transferir as suas capacidades e experiência profissional».

Este estudo concluiu ainda que «os trabalhadores migrantes estão entre os mais atingidos pela desaceleração económica associada à pandemia de COVID-19, tanto em termos de perdas de emprego quanto de redução de rendimentos para aqueles que permaneceram empregados».

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