“Puxar a brasa” …

Por Graça Rebocho, Directora de Recursos Humanos da Altice Portugal

A expressão “puxar a brasa à sua sardinha”, significa dizer ou fazer algo que o/a beneficie.

Hoje vou “puxar a brasa à minha sardinha”, não diretamente, mas pelos meus colegas técnicos do terreno.

Já todos estamos saturados do tema Covid. Confina, desconfina, vota a confinar. Teletrabalho, híbrido, horários desfasados, equipas em espelho e outros tantos processos de gestão física das equipas. Mas, há funções cuja presença física é indispensável. Refiro-me aos técnicos do terreno de telecomunicações. Reparar uma avaria, subir a um poste, instalar um equipamento, são funções que maioritariamente têm de ser desenvolvidas no terreno e implicam deslocações a hospitais, lares, escolas, casas dos clientes, entre outras.

Esta função de assistência técnica, em tempos de pandemia, exige aos técnicos cuidados mais do que redobrados, equipamentos de proteção individual (EPI) específicos. Na Altice Portugal, andar no terreno ou na linha da frente, é mesmo isto. É estar presente e disponível para dar resposta a qualquer situação. É assegurar que todos os serviços funcionam, especialmente os mais críticos, e que todas as pessoas podem continuar a comunicar. Veja-se a importância do ensino à distância, por exemplo, mas também os esforços que vêm sendo desenvolvidos para que os mais idosos e que vivem em situação de isolamento mantenham o contacto com os seus familiares. Munido de um espírito de missão de que só os grandes profissionais são capazes, e com plena confiança de que com as devidas precauções se consegue enfrentar as condições mais adversas, estes técnicos estão onde é necessário. E, pelo que expus (agora é que faz sentido a frase “puxar a brasa à minha sardinha”), considero que todos os colaboradores que estão mais expostos ao risco de contrair o vírus (e, eventualmente de serem eles próprios transmissores), deveriam ser considerados prioritários na vacinação.

De acordo com o Plano de Vacinação COVID-19, a estratégia de vacinação divulgada pela DGS compreende várias fases e teve início em dezembro 2020.

Na Fase 1, após os profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a doentes, estão elencados os profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos.

A operacionalidade das redes de telecomunicações é um serviço crítico para o adequado funcionamento de todas as infraestruturas nacionais. A imunização dos técnicos de telecomunicações pode, assim, ser considerada fundamental para garantir este objetivo.

Considerando que as funções mais prioritárias e de maior risco, como é o caso dos médicos, enfermeiros e todo o pessoal ligado à saúde já estão vacinados, considero que, agora, deveria ser dada prioridade a quem desempenha funções em setores de utilidade publica e não pode simplesmente executar essa função em teletrabalho. Haverá outras funções igualmente prioritárias? Sem dúvida. Mas hoje, falo pelos meus colegas e “puxo a brasa à sua sardinha”.

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