Quais os drivers motivacionais dos profissionais?

Já a pensar nos grandes temas a tratar pela Human Resources em 2022, voltou a sobressair o tema da atracção – e retenção – de talento, agora na perspectiva dos profissionais. Se actualmente, a seguir ao salário, a pergunta mais feita nas entrevistas de emprego é sobre o modelo de trabalho, isso significa que a empresa em si deixou de ser relevante?

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

Se uma empresa tiver, por exemplo, uma cultura forte, estabilidade, reputação, bom ambiente de trabalho e preocupação com o bem-estar das suas pessoas, mas não oferecer possibilidade de trabalho remoto, significa que perde competitividade na atracção dos melhores talentos? Os especialistas à volta da mesa acreditam que esses factores, para além do modelo de trabalho, continuam a fazer a diferença, mas reconhecem que, em determinadas faixas etárias e sectores de actividade, podem efectivamente estar a perder algum terreno. E, num contexto de escassez de talento, em que o “poder” está muito do lado do candidato, é um risco que poucas quererão correr. Será esta uma questão “de momento”, quase uma moda? Em Espanha, por exemplo, a maioria das empresas já voltou a um modelo sobretudo presencial.

Por outro lado, há a pressão dos salários e, neste “campeonato”, Portugal não consegue ser competitivo. É dos países europeus com o gap mais pequeno entre o salário mínimo e o salário médio, e entre este e o dos perfis especializados em que há escassez será tendencialmente cada vez maior, mas, ainda assim, não equiparáveis aos salários que se praticam noutras geografias. Em que áreas podem então as empresas em território nacional diferenciar-se para compensar esse handicap?

O almoço do Conselho Editorial realizou-se no Vila Galé Ópera, em Lisboa. Estiveram presentes: Ana Porfírio (Jaba Recordati), Catarina Tendeiro (Grupo Ageas), Diogo Alarcão (gestor), Nuno Ferreira Morgado (PLMJ), Nuno Ribeiro Ferreira (Galp Gás), Nuno Troni (Randstad), Paulo Pisano (Booking Holdings) e Pedro Rocha e Silva (Neves de Almeida HR Consulting).

Artigo publicado na Revista Human Resources n.º 132, de Dezembro de 2021