
Portugal é o país da União Europeia com maior proporção de empregadores sem escolaridade ou só com o ensino básico
Apenas 28% dos empregadores em Portugal concluíram o ensino superior, enquanto 35% dos trabalhadores por conta de outrem têm este nível de escolaridade. Os dados são da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Portugal era mesmo o estado-membro com a maior proporção de empregadores sem escolaridade ou com o ensino básico no total dos empregadores, entre os 23 países da União Europeia com dados disponíveis para 2024.
Os dados mostram que em Portugal, 5,1 milhões de pessoas têm emprego. Isso significa que 78,5% das pessoas entre os 20 e os 64 anos está a trabalhar. É a taxa de emprego mais elevada dos últimos 15 anos, tendo aumentado 11 pontos percentuais (p.p.) desde 2009.
Além disso, os trabalhadores são hoje mais qualificados do que os empregadores e um em cada quatro integra já o grupo profissional dos especialistas em actividades intelectuais e científicas.
O país é o 12º estado-membro (UE a 27) com maior proporção de pessoas activas no mercado de trabalho. Na liderança da tabela, estão os Países Baixos, onde a taxa de emprego é de 83,5%, tendo contudo uma muito maior percentagem de emprego a tempo parcial (43% face a 8% em Portugal). Os países com menor taxa de emprego são a Roménia (69,5%), Grécia (69,3%) e Itália (67,1%).
São já 34% os trabalhadores no país com pelo menos o ensino superior, ultrapassando assim os 32% que completaram o ensino secundário. Em 10 anos, mais 700 mil trabalhadores com o ensino superior chegaram ao mercado de emprego, o que representa um crescimento de 61,8% desde 2014 (e o peso relativo do ensino superior no total dos níveis de ensino dos trabalhadores nesse ano era de 25%).
Essa realidade reflecte-se também no contributo do grupo profissional dos especialistas das actividades intelectuais e científicas para o emprego total. São, actualmente, um em cada quatro trabalhadores, mais 422 mil que há 10 anos.