Quatro em cada cinco pessoas já regressaram ao local de trabalho habitual

Quatro em cada cinco pessoas continuam a trabalhar no mesmo local, a larga maioria a tempo inteiro. Da primeira para a segunda vaga diminuíram os casos de lay-off e de teletrabalho, assistindo-se a uma tendência de regresso à actividade nos locais habituais, de acordo com um inquérito realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para o Público e a RTP.

 

O estudo, realizado entre 4 e 11 de Dezembro, revela que a maioria dos inquiridos diz estar a exercer a actividade no local habitual onde se encontrava antes da crise sanitária (82%), ao contrário do que se passava em Abril, em que só 36% dos 1315 inquiridos diziam estar nessa situação. A distribuição entre pessoas em lay-off, desemprego, sem actividade e subsídio de assistência à família era, na altura, mais equilibrada do que está hoje.

O mesmo estudo indica que 10% dos inquiridos dizem estar em teletrabalho, quando há oito meses eram 23% os referiam estar a trabalhar a partir de casa. O Público alerta no entanto, que as pessoas que responderam a este inquérito em Dezembro não são as mesmas que responderam aos estudos anteriores (em Abril, Maio e Julho).

O teletrabalho voltou a ser obrigatório para os trabalhadores com funções compatíveis com o trabalho à distância, mas, ao contrário do que aconteceu na primeira fase do confinamento, não é uma exigência para todo o território, só é obrigatória nos concelhos de risco elevado, muito elevado e extremo, que variam de 15 em 15 dias.

O inquérito da mostra ainda que um quarto dos inquiridos (26%) diz que o seu agregado familiar tem hoje menos rendimento do que antes da crise, mas a maioria (69%) responde que tem um nível de rendimento idêntico, havendo 5% que revelam ter um rendimento superior (0,2% disseram não saber ou não responderam ou disseram não saber).

Para os inquiridos que têm rendas ou prestações de habitação para pagar, 9% disseram ter tido ou ter dificuldades neste momento; nas contas de electricidades, água e gás, essa percentagem foi de 10%. No caso das despesas de alimentação, aconteceu com 8%. E entre aqueles que têm despesas de educação houve 6% que revelaram dificuldades nos pagamentos.

Sobre se consideram provável o cenário de perderem a sua actividade profissional no próximo ano metade (51%) dos inquiridos afirma ser nada provável; quase um terço (31%) consideram pouco provável; em contraponto, 11% admitem que é algo provável e 5% muito provável (2% não sabiam ou não responderam).

Por fim, à pergunta sobre quão provável é encontrar emprego ou retomar a actividade em 2021, há um equilíbrio entre os que consideram pouco provável (34%) e os que a encaram como algo provável (32%), havendo ainda 15% a indicar que isso é nada provável e outros 15% a responder que é muito provável (4% não sabiam ou não responderam).

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