São estas as principais exigências (de colaboradores e gestores) no regresso ao trabalho

A regulação do teletrabalho e a redefinição e reorganização dos espaços físicos, em conjunto com o aumento das medidas de segurança e higiene, são as principais exigências de colaboradores e gestores perante a situação de incerteza que acompanha o regresso ao trabalho. A conclusão é do estudo, «As mudanças do modelo de trabalho em tempos da COVID-19: as pessoas e os espaços», promovido pela ISS Ibéria. 

 

O estudo incide nas transformações que, de forma inevitável, as sedes corporativas e os grandes escritórios estão a vivenciar para continuarem a ser o centro nevrálgico das empresas neste contexto. Uma novidade do estudo reside na transversalidade da sua amostra. Para ter uma visão sobre as necessidades e o futuro dos espaços de trabalho, contou-se a visão partilhada de colaboradores e gestores.

Na opinião do grupo de executivos, os espaços físicos de trabalho não irão desaparecer definitivamente, mas haverá sim uma redefinição das suas funções, do seu espaço e da forma em que estavam configuradas no cenário pré-covid. Por isso, tudo parece indicar que um sistema misto, que possa combinar a modalidade à distância e presencial, irá permanecer nas empresas de forma prolongada, contribuindo para uma flexibilidade organizacional que garanta o correcto desenvolvimento da actividade, bem como o bem-estar do colaborador.

Por outro lado, cerca de metade dos colaboradores questionados considera que o regresso aos escritórios será permanente. Nesse sentido, 80% considera que para que este regresso seja ideal, serão necessárias a desinfecção periódica e uma maior frequência de limpeza dos pontos de contacto, opinião que também é partilhada pelos gestores.

Tanto os colaboradores como os gestores destacam a crescente relevância que nos próximos meses a digitalização, a formação em gestão de espaços, a organização do trabalho e o modelo de liderança, ou o aconselhamento de empresas especializadas vão ganhar neste âmbito. Todas estas questões, tal como estabelece este estudo, irão marcar o futuro dos ambientes de trabalho.

Entre as principais conclusões, o estudo destaca o papel determinante que a tecnologia manteve desde o início da pandemia e que irá continuar a exercer durante os próximos meses. Neste sentido, quase 77% dos gestores assinalou que a aceleração do processo de digitalização da empresa, principalmente através de soluções cloud, foi um dos principais pontos positivos dos últimos meses.

Como consequência directa da pandemia, sobressai também a importância que a higiene dos espaços de trabalho adquiriu, 80% dos colaboradores destaca o reforço dos serviços de limpeza, desinfeção e ventilação, assim como os novos que surgiram e que se devem ter em conta no novo paradigma do espaço de trabalho. Um dado que se refuta com os critérios de contratação de terceiros, onde sete em cada 10 gestores referem os requisitos de segurança e saúde como o principal desafio em todas as empresas.

Como refere o estudo, uma das grandes consequências da crise gerada pela pandemia foi a generalização do trabalho à distância. Neste sentido, destaca-se que a integração do domicílio como novo espaço de trabalho no novo modelo híbrido entre trabalho remoto e presencial será uma das tendências chave para o futuro próximo do workplace.

No entanto, e apesar de que 80% dos questionados considera que a sua empresa conseguiu adaptar-se com êxito ao ambiente de mudança nos momentos de crise sanitária, a regulamentação do teletrabalho converteu-se na principal exigência dos colaboradores e gestores perante as mudanças recentes de normas. Com o intuito de se tornar numa alternativa real ao modelo de trabalho presencial, ambos os grupos de entrevistados pedem uma maior conciliação, apoio em tecnologia e comunicações durante o teletrabalho, assim como o direito à desconexão na modalidade de trabalho digital.

 

O futuro do workplace: seguro, presencial e sustentável
A redução presencial de forma simultânea dos colaboradores, as medidas de segurança e higiene, flexibilidade e versatilidade na distribuição do espaço e a incorporação de novos espaços de trabalho presencial descentralizado estabelecem-se como os princípios comuns através dos quais os escritórios do futuro se irão definir.

Para elaborar esta análise, que reúne a opinião de uma base qualificada de profissionais sobre como o workplace se transformou na sequência da pandemia, a ISS contou com a visão de 800 colaboradores, mais de 100 gestores e entrevistas abertas a 18 grandes empresas em Portugal e Espanha, Bankia, Borges International Group, CaixaBank, Calidad Pascual, Grupo Catalana Occidente, Cosentino, Fraternidad Muprespa, Grupo Festina, Grupo Ingeteam, Grupo Lar, Grupo Suez, Mirabaud & Cie (Europe) S.A., Nestlé, Novocargo, Sacyr, Sanitas, Universidad a Distancia de Madrid (UDIMA) e EDP.

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