Só 5% das empresas ainda não estão em funcionamento

A percentagem de empresas em funcionamento subiu de 92% na segunda quinzena de Maio para 95% nos primeiros 15 dias de Junho. A constatação surge no Inquérito Rápido e Excepcional às Empresas (COVID-IREE) do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal, que tem como objectivo identificar os efeitos da pandemia na actividade das empresas, divulgado esta sexta-feira.

 

Os dados indicam que esta evolução foi sentida, sobretudo, no sector do alojamento e restauração: o número de empresas que retomaram actividade passou, neste período, de 59% para 77%.

Apesar disso, 39% das empresas assinalaram uma redução do pessoal ao serviço efectivamente a trabalhar face à situação que seria expectável sem pandemia (45% na quinzena anterior). As empresas do Alojamento e restauração também se destacam neste caso, com 67% a referirem um impacto negativo no pessoal ao serviço.

Em comparação com a segunda quinzena de Maio, a maioria das empresas não reportou alteração no número de pessoas ao serviço (68%). O Alojamento e restauração foi igualmente o sector que registou a maior percentagem de empresas com aumento no pessoal ao serviço face à quinzena anterior (40%), na maioria dos casos devido à redução do número de pessoas em lay-off.

O Inquérito revela ainda que na primeira quinzena de Junho, 47% das empresas respondentes tinham pessoas em teletrabalho e mais de 55% das empresas não preveem o recurso às medidas de apoio do Governo excluindo o lay-off simplificado.

Mais de 75% das empresas considera pouco ou nada provável a alteração de forma permanente da sua actividade devido à pandemia COVID-19. As alterações referidas como muito prováveis pelas empresas são o reforço do investimento em tecnologias de informação (25% das empresas), o aumento do recurso ao teletrabalho (17% das empresas) e o redireccionamento dos mercados alvo (16% das empresas).

Face à situação que seria expectável sem pandemia, 68% das empresas reportaram um impacto negativo no volume de negócios (compara com 73% na quinzena anterior). O Alojamento e restauração e os Transportes e armazenagem foram os sectores onde mais empresas reportaram reduções no volume de negócios (88% e 77%, respectivamente).

Os dados mostram também que 24% das empresas referiram que o seu volume de negócios deverá demorar mais do que seis meses a regressar ao nível normal e 4% consideram que o seu volume de negócios não deverá voltar a esse nível. O sector do Alojamento e restauração destaca-se pela maior percentagem de empresas em ambas as situações (38% e 11%, respectivamente).

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