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Também já há guia de boas práticas para a abertura de bares e discotecas. E prevê marcação de quadrados nas pistas de dança
O sector da Animação Noturna (discotecas e bares) continua encerrado e em grave crise. Neste sentido, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) entregou ao Governo um guia de boas práticas para discotecas e bares, que espera «contribuir para a rápida reabertura desta importante actividade», uma vez que o «o encerramento da ‘noite’ está a tornar-se insustentável para as empresas».
A AHRESP lembra, em comunicado, que o sector da animação nocturna ficou de fora do plano de desconfinamento do Governo. Mas, cumprindo as regras recomendadas, a associação defende que este sector, que «está a passar por uma situação de extrema gravidade, sendo um dos poucos que ainda se mantém encerrado por diploma legal, e aquele que primeiro encerrou», tem «todas as condições para poder reabrir em segurança».
O documento tem como base o guia de boas práticas para a restauração e bebidas, desenvolvido pela AHRESP, com a validação da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Os empresários da animação nocturna, recorde-se, estão esta quinta-feira em protesto contra a demora do Executivo em legislar sobre a reabertura dos espaços, encerrados desde Março. A manifestação «O silêncio da noite… à procura de respeito e respostas» foi agendada através das redes sociais pelo colectivo «O silêncio da noite», que reúne proprietários de bares, discotecas, agência e artistas.
Aqui ficam algumas das recomendações que constam no guia da AHRESP:
- Sempre que possível e aplicável, promover e incentivar o agendamento prévio para reserva de lugares por parte dos clientes;
- Limitar a capacidade do estabelecimento por forma a assegurar o distanciamento físico recomendado (dois metros) entre as pessoas e garantir o cumprimento da legislação em vigor. A capacidade máxima de pessoas permitida deve estar afixada em documento próprio, visível para o público;
- Utilizar preferencial o espaço exterior (ex: esplanada), com medidas semelhantes às estabelecidas para o interior do estabelecimento;
- Dispor, sempre que possível, as cadeiras e as mesas por forma a garantir uma distância de, pelo menos dois metros entre as pessoas. Os coabitantes podem sentar-se frente a frente ou lado a lado a uma distância inferior a dois metros;
- Informar os clientes que não podem modificar a orientação das mesas e das cadeiras;
- Informar os clientes que devem manter uma distância de, pelo menos, dois metros nas filas de espera no espaço exterior ao estabelecimento e nas filas de espera que se geram para pedidos/pagamentos ao balcão. Tal pode ser conseguido através de sinalética ou informação adequada.
- Organizar o acesso dos clientes ao estabelecimento através dos vigilantes. Estes devem usar máscara, manter uma distância mínima de segurança de dois metros dos clientes, de acordo com a recomendação da DGS, e podem utilizar mecanismos de distanciamento, como fitas de segurança e instalação de barreiras físicas;
- Proceder à limpeza e desinfecção das superfícies com maior risco de transmissão, como aquelas manipuladas ou tocadas por muitas pessoas, pelo menos seis vezes por dia. São exemplos destas superfícies: maçanetas de portas, interruptores de luz, telefones, tablets e teclados de computadores principalmente quando usados por várias pessoas, torneiras de lavatórios, manípulos de autoclismos, tabuleiros, balcões e bancadas, corrimãos, puxadores de armário, entre outros;
- O chão deve ser lavado frequentemente, com água quente e detergente comum, seguido da desinfecção com solução de lixívia diluída em água fria, ou ser higienizado com detergente desinfectante;
- As instalações sanitárias, de colaboradores e clientes, devem ser lavadas preferencialmente com produto que contenha na composição detergente e desinfectante. A frequência de limpeza deve ser adequada à sua utilização, devendo ser no mínimo, três vezes ao dia;
- As roupas (casacos, etc) dos clientes devem ser protegidas com sacos/bolsas descartáveis ou reutilizáveis após a devida desinfecção. O colaborar entregará um saco/bolsa ao cliente para que ele possa colocar as suas roupas e devolvê-las;
- A área da pista de dança deverá ser marcada no chão por meio de quadrados com 2,25 metros quadrados de área cada, que permitam garantir a distância física entre pessoas.