Tem esta informação no seu LinkedIn? Se não tem, então o seu perfil não está completo (e isso pode prejudicá-lo)

Dean Carter, chief People and Purpose officer da Guild, partilha com a Fast Company que todos os perfis do LinkedIn devem incluir esta informação e explica porquê.

 

Seja a fazer entregas na mercearia do bairro ou a passear os cães dos vizinhos, provavelmente ainda se lembra do seu primeiro trabalho. O objectivo era ganhar uns trocos, mas estes primeiros “empregos” também traziam lições de vida valiosas.

Esse trabalho está no seu perfil do LinkedIn? Caso contrário, Dean Carter, chief People and Purpose officer da plataforma de desenvolvimento de carreira Guild e ex-head of People and Culture da Patagónia, diz que devia estar.

«Podemos aprender muito sobre alguém começando pelo final do cv. Os primeiros trabalhos constituem uma base poderosa para competências importantes ao longo da vida», revela. E partilhar essas experiências é importante por alguns motivos.

Base de competências fundamentais

Quando um profissional reflecte, anos depois, sobre o seu primeiro emprego, estará mais bem equipado para ligar os pontos e reconhecer como as tarefas que realizou serviram de base para as skills que tem hoje. O primeiro emprego de Carter, por exemplo, foi de empregado de café no Texas.

«Alguém me chamou à atenção de que eu estava a ir de mesa em mesa. O melhor conselho que recebi foi: “Dean, tens uma mesa, não cinco. Pensa nisso como uma única mesa quando estiveres a circular e pouparás muito tempo”», recorda.

Essa lição ensinou Carter a mudar a forma como trabalhava, tornando-se mais eficiente e eficaz nos seus processos, e adquiriu conhecimentos de teambuilding, atendimento ao cliente e organização. «Penso nesse trabalho até hoje», confessa.

Num outro trabalho como monitor de campo de férias, aprendeu sobre empatia, gestão de conflitos e essas experiências moldaram o seu percurso profissional.

Ajudar quem está actualmente nessas funções

Partilhar os trabalhos e as lições aprendidas pode capacitar os outros. As pessoas que actualmente ocupam os tipos de funções que desempenhou na adolescência podem precisar de ajuda para reconhecer e articular as lições que estão a aprender.

«O trabalho e as competências que se desenvolvem nesses empregos são muitas vezes subestimados, mas são algumas das competências mais valiosas e críticas para os empregos que muitas empresas procuram actualmente», explica Carter. Partilhar essas skills no LinkedIn, «ajuda outras pessoas actualmente nessas funções a valorizar esse trabalho e a articular as competências que possuem».

Mostra outra faceta do profissional

Os gestores que avaliam o fit cultural muitas vezes procuram pessoas que tiveram trabalhos mais práticos como critério de selecção ao contratar. Enquanto estava na Patagónia, por exemplo, Carter diz que frequentemente procurava candidatos que fizessem trabalho voluntário ou tivessem empregos ao ar livre. Colocar essas funções iniciais no seu perfil do LinkedIn pode dar uma visão mais completa da sua experiência e personalidade.

«Os gestores de Pessoas de empresas purpose-driven, como a Guild ou a Patagonia, conseguem encontrar profissionais alinhados com esse propósito analisando os seus primeiros trabalhos», explica Carter.

Esses empregos também demonstram a ética de trabalho de cada um. «Vejo uma pessoa que ajudou a arrumar compras na mercearia do bairro como alguém que não tem receio de meter as mãos na massa. É bem provável que sejam esforçados, pontuais e bons no que fazem.»

Não tenham receio de colocar os primeiros trabalhos nos perfis de LinkedIn, garante Carter. «É importante e as pessoas gostam de ver que aquele profissional é um ser humano. Querem conhecer o seu percurso, ver que começou como caixa de supermercado e hoje é director de Pessoas. No fundo está a mostrar a escada e como subiu, que aquele trabalho foi importante e que conseguiu chegar onde chegou e isso dá aos outros esperança», aconselha.

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