Vai candidatar-se a um emprego? Nunca minta nestes três pontos. Mas pode “virar o jogo” a seu favor

A maioria das equipas de contratação têm noção de que, este ano, haverá algum nível de “mentira” nos processos de candidatura. E apesar de todos sabermos que mentir não é o caminho, é provável que o candidato embeleze algumas das suas conquistas e minimize outras situações mais difíceis.

Afinal, a principal prioridade é um bom salário e se, entretanto, ganhar o euromilhões não terá de ir trabalhar no dia seguinte.

É prática comum e, por vezes, isso significa exagerar um pouco. Mas Bonnie Dilber, especialista em recrutamento, revela ao Business Insider que há três coisas sobre as quais um candidato nunca deve mentir.

  1. Nunca minta sobre onde trabalhou e as datas de emprego

Um background check irá mostrar os empregadores que teve, bem como as datas de emprego. Preencher o seu CV para esconder uma lacuna de emprego ou citar exemplos de lugares onde nunca trabalhou não é boa ideia e levantará questões importantes sobre a sua integridade, podendo levar à rescisão da vaga.

Em vez disso: liste todos os empregadores e mencione os anos trabalhados, em vez dos meses

Liste todos os empregadores para os quais trabalhou, com datas precisas. Não há problema em mencionar os anos, em vez dos meses, para minimizar a percepção de mudança de emprego, se necessário.

Se teve períodos de trabalho como freelancer, pode agrupá-los num único trabalho e listar as datas desse período e os projectos em que trabalhou. Isso fará com que pareça mais coeso do que listar uma série de projectos de curto prazo. Pode mencionar as empresas com as quais trabalhou, mas não indique a condição de emprego se for apenas um projecto único e de curto prazo.

  1. Nunca minta sobre as suas referências

Embora possa ser tentador usar referências falsas quando não está confiante sobre o que os empregadores anteriores irão partilhar, nunca é boa ideia.

As empresas geralmente verificam as referências para entender os projectos e iniciativas em que o candidato trabalhou e como influenciou o negócio. Uma referência que não consiga articular isso claramente e com especificidade pode causar mais danos do que benefícios.

Os recrutadores vão estar atentos a sinais de alerta como se o perfil de LinkedIn das referências mostra que trabalharam na mesma empresa que o candidato ou se os emails das referências são pessoais em vez de profissionais. Isso pode pôr o candidato em xeque e gerar dúvidas.

Se atingir a fase de referências com um potencial empregador, quer dizer que ele está interessado em si. As referências existem simplesmente para validar que o candidato é, de facto, uma excelente opção. Por isso, a última coisa que vai querer é lançar dúvidas sobre isso por causa das referências apresentadas.

Em vez disso: considere mentores ou colegas com cargos mais senior

Primeiro, analise os seus anteriores gestores e líderes de departamento e identifique aqueles que reconhecem o seu valor. Se não tiver um ex-gestor que possa responder por si, considere outro mentor ou pessoa com um cargo mais senior. Seleccione alguns ex-colegas também.

Diga a cada um que gostaria de os dar como referência e verifique se se sentem confortáveis com isso. Forneça-lhes o seu CV e destaque algumas conquistas recentes.

Geralmente, os empregadores vão querer ouvir pelo menos um gestor e outras partes interessadas que conhecem o seu trabalho, para que possam ter uma visão mais abrangente do seu impacto.

  1. Nunca minta sobre as suas hard skills

Sabemos que todos os profissionais exageram um pouco e pintam as suas experiências de uma forma mais positiva. Mas nunca deve inventar competências ou reclamar conhecimento numa área na qual não tem experiência.

Mesmo que consiga a vaga, a verdade virá ao de cima à medida que a empresa avaliar as suas competências. Não ter as skills necessárias pode levar ao mau desempenho e prejudicar a sua reputação.

No caso extremo de ser dispensado após apenas algumas semanas, pode deixá-lo numa situação ainda pior ao ter de começar do zero com uma nova procura de emprego. Ao passo que se tivesse sido honesto, até podia ter sido considerado para outras funções mais adequadas.

Em vez disso: desenvolva as competências na descrição da vaga

Antes da entrevista, leia atentamente a descrição do cargo para identificar as competências mais importantes para realizar o trabalho e reserve algum tempo para as desenvolver. Assista a vídeos ou pratique como puder.

Na entrevista, dê nota de que esta é uma área de conhecimento recente para si, mas destaque o trabalho que fez para adquirir essas competências.

Se não tem experiência numa determinada skill, certifique-se de listar as competências adjacentes que possui. Talvez nunca tenha codificado em Python, mas é um profissional no Java e Ruby on Rails, por exemplo.

Destaque o que traz para a organização. Talvez não fale inglês fluentemente, mas seja bom a usar aplicativos de tradução juntamente com o seu nível intermédio de inglês para se desenvencilhar na maioria das conversas.

Partilhe também exemplos de outras ocasiões em que rapidamente desenvolveu competências numa nova área. Isso mostrará que, além da vontade de aprender, tem iniciativa e não será prejudicado pela falta de experiência numa determinada área.

As mentiras vão acabar por ser mais prejudiciais

Num mercado de trabalho muito competitivo, mentir pode ser tentador, mas, no longo prazo, em algum momento a verdade vai acabar por vir ao de cima e as mentiras vão ser mais prejudiciais para si do que se tivesse sido honesto logo à partida.

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