Bom senso! Ou falta dele!

Por Ricardo Florêncio

Leccionei durante uns anos, numa universidade em Portugal, algumas aulas sobre “gestão de marcas”. Como se gerem, como se constroem, como se devem manter, empresas monomarcas, empresas multimarcas, etc., etc., etc. Eram cursos destinados a responsáveis de topo de diversas empresas e, assim, gerava- -se uma troca de experiências muito interessante, que durava três horas e meia.

Em qualquer um desses anos, todos ficavam muito surpreendidos quando um dos últimos slides que apresentava apenas referia, como conclusão e resumo de como se gerem marcas: com bom senso! E na verdade não é apenas na gestão de marcas, mas sim em toda a nossa vida pessoal, familiar, profissional. Sem bom senso, não se vai longe. Infelizmente não é característica que se encontre em comprimidos ou ampolas e não se consegue arranjar maneira de suprimir de modo rápido a falta dela.

Escrevo este editorial, em substituição de outro, no dia em que, para responder ao alerta da “pandemia” da OMS, um vasto conjunto de portugueses resolveu contrariar todas e quaisquer recomendações e avisos e foi para a praia, em grandes ajuntamentos. E assim temos assistido todos os dias a diversos tipos de comunicação e informação. Uns mais alarmistas, outros mais directos, outros com uma certa desvalorização do que está a acontecer. Outros ainda, que pensam que as “fake” são o modo mais correcto de lidar com a situação.

Mais do que nunca, percebe-se a importância, e a necessidade, de uma comunicação clara, objectiva, concreta, verdadeira.

Oxalá todos aprendamos alguma coisa com este grande problema que nos assola.

 

Editorial publicado na revista Human Resources nº 111 de Março de 2020

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