Começar do Zero…

Ricardo Florêncio

Director da Revista HR Portugal

Um dos temas que tem marcado a agenda das nossas empresas, e irá certamente marcar ainda mais daqui para a frente, prende-se com as adaptações e transformações que as empresas, os negócios e as pessoas irão enfrentar num mundo cada vez mais digital. As mudanças que ocorrerão nos próximos tempos, e já não falo em anos, vão ser cada vez mais rápidas, essencialmente por dois motivos: em primeiro lugar, porque o conhecimento é cumulativo. E em segundo lugar, porque este conhecimento pode ser partilhado a custos baixos, de uma forma muito rápida e em qualquer lugar, bastando haver acesso à Internet.

Foi recentemente publicado um estudo nos Estados Unidos em que se apresentava a seguinte conclusão: “50% das empresas que conhecemos hoje vão desaparecer num espaço de 10 anos.” Será que 50% das empresas vão desaparecer em 10 anos? À primeira leitura parece um exagero. Algumas irão certamente desaparecer, e porventura, em alguns casos, serão certamente grandes surpresas… Outras, contudo, poderão desaparecer tal e qual as conhecemos hoje, pois ver-se-ão obrigadas a alterar substancialmente os seus modelos de negócio, adaptando-os, transformando-os, criando novas linhas de negócios, abdicando de outras, etc. Será então que todas as empresas estão atentas ao que se está a passar? Estarão as organizações a levar a cabo as alterações e adaptações necessárias para enfrentar este novo mundo? Isto obriga as empresas a repensar os seus modelos de negócio partindo quase de uma base zero.

E no que concerne à Gestão de Pessoas e a todas as suas áreas de envolvência e de actuação? Face às mudanças em curso, e às que se adivinham, muita coisa terá de ser colocada em causa. Mas será que também terão de começar do zero? Sendo a área que mais lida com a componente humana das organizações, terá de ter um desenvolvimento diferente? Ou pelo contrário, sendo uma das áreas mais estratégicas da empresa, terá de ter um papel de ligação e, assim, um papel de desafiadora?

Convirá que reflictamos sobre o assunto, ao qual voltaremos brevemente.

Editorial publicado na edição de Maio de 2016 da revista HR Portugal

 

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