Demografia Vs Tecnologia Vs Competências. Que futuro para o trabalho?

Pressão para resultados (produtividade) e para ter as melhores pessoas, ou seja, pessoas com as competências – e motivação – necessárias para enfrentar os actuais desafios das empresas. Serão estas as duas principais exigências a que os líderes de Gestão de Pessoas procuram dar resposta actualmente.

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

Aos dois temas identificados estão intrinsecamente ligados outros dois: a tecnologia (automação) e a demografia. Principalmente com a inteligência artificial generativa, e com a sua maior acessibilidade (a nível de custos de implementação e de facilidade de uso), são muitas as tarefas em que já é possível substituir “a pessoa pela máquina”. Não só faz mais rápido, como faz melhor (cada vez com maior precisão e menor margem de erro), com ganhos para a produtividade. Mas levanta-se a questão: vamos passar a precisar de menos pessoas? Mais? As mesmas, mas com qualificações diferentes? Estudos indicam que à destruição de emprego vai equivaler a criação de outras tantas funções que ainda não existem. Mas haverá criação líquida de emprego? A questão fundamental é a das competências. Vão ser precisas outras.

Por outro lado, numa perspectiva de mais longo prazo – apesar de já se fazer sentir –, as empresas vão ter falta de pessoas para trabalhar. Portugal é o quarto país mais envelhecido do mundo, ou seja, com mais pessoas com idade igual ou superior a 65 anos. De acordo com o estudo das Nações Unidas “World Population Prospects”, de 2022, em Portugal, em 2021, 23% da população estava nessa faixa etária, e estima -se que, em 30 anos (em 2051, portanto), essa percentagem suba para 37%. A tecnologia pode dar parte da resposta, mas o risco de nos depararmos com um problema social é real. O politicamente correcto tem dominado a retórica, mas poucos acreditam que não vão ficar muitos “para trás”.

O almoço contou com a presença dos conselheiros: Ana Porfírio (Jaba Recordati), Catarina Tendeiro (Hovione), Inês Madeira (Grupo FHC), Joana Pita Negrão (Nova SBE), Marco Serrão (Galp), Nuno Troni (Randstad), Pedro Raposo (Banco de Portugal), Pedro Ribeiro (Super Bock Group), Pedro Rocha e Silva (Neves de Almeida HR Consulting), Sara Silva (L’Oréal) e Susana Silva (El Corte Inglés).

 

Almoço do Conselho Editorial da Human Resources, artigo publicado n.º 159, de Março de 2024

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