Luís Antunes, PHC: «A atracção de talento precisa de uma estratégia mais profissionalizada»
Luís Antunes, People Experience director da PHC Software, acredita que, em 2022, «a atracção de talento vai ter de ter uma estratégia mais profissionalizada, comunicando a employee value proposition no mercado através de uma estratégia inteligente de employer branding». Leia a sua análise aos resultados do XXXIX Barómetro Human Resources.
«Os resultados do Barómetro Human Resources vêm confirmar aquilo que quem está no mundo da Gestão de Pessoas tem vindo a sentir – o ano de 2022 vai continuar com uma elevada procura de talento. Para 65% dos que responderam, este vai aumentar em Portugal e, nas suas empresas em particular, em 60%. Se pensarmos que 21% referem que vão manter o mesmo número de colaboradores, mas que, por via da rotatividade, terão quase de certeza saídas, então podemos dizer que 81% de todos os que responderam a este questionário vão ter de ir ao mercado para atrair e recrutar talento. E ninguém anda distraído destas grandes questões, já que 69% disseram que um dos grandes desafios da Gestão de Pessoas em 2022 vai ser a atracção e retenção de talento, a que se junta 54% a referirem que são as novas formas de organização do trabalho, e 38% a saúde física e mental dos colaboradores. Não é por acaso que quando analisamos os benefícios, o que os colaboradores mais valorizam é a possibilidade de poderem trabalhar remotamente, seguida da flexibilidade horária. Parece ser então bastante claro que as empresas, para além de terem de trabalhar cada vez mais a sua employee value proposition (EVP), nomeadamente a possibilidade de os colaboradores trabalharem de forma remota ou pelo menos híbrida, esta vai ter de ser uma realidade mais permanente do que alguns anteviam. Acresce a isto que a atracção de talento vai ter de ter uma estratégia mais profissionalizada, comunicando a EVP no mercado através de uma estratégia inteligente de employer branding. Como último dado, gostaria de destacar o fenómeno da “The Great Resignation”, que tem vindo a acontecer no mundo anglo-saxónico e que, embora não esteja no topo das preocupações nas respostas a este barómetro, existe algum receio de que possa vir a surgir em Portugal. Este é um fenómeno interessante que tem tido muitas interpretações, mas alguns estudos referem que resulta de um desgaste da pandemia, alguma erosão nas relações entre quadros superiores e as suas empresas, a que se junta um repensar no propósito de vida. Será algo a estarmos atentos no futuro.»
Este testemunho foi publicado na edição de Janeiro (nº. 133) da Human Resources, no âmbito da XXXIX edição do seu Barómetro.