Número de desempregados aumenta quase 50% no terceiro trimestre

No terceiro trimestre, a população desempregada, estimada em 404,1 mil pessoas, aumentou 45,1% (125,7 mil) em relação ao trimestre anterior, o que corresponde à taxa de variação trimestral mais elevada da série iniciada em 2011. E 24,9% (80,7 mil) relativamente ao terceiro trimestre de 2019, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta quarta-feira.

 

Segundo o INE, a taxa de desemprego foi estimada em 7,8%, valor superior em 2,2 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre anterior e em 1,7 p.p. ao do trimestre homólogo de 2019.

Já a população empregada, 4 799,9 mil pessoas, aumentou 1,5% (68,7 mil) por comparação com o trimestre anterior, mas diminuiu 3,0% (147,9 mil) em relação ao homólogo. Simultaneamente, a população empregada ausente do trabalho na semana de referência diminuiu 24,4% (263,3 mil) em relação ao trimestre anterior e aumentou 6,5% (49,4 mil) relativamente ao terceiro trimestre de 2019. De modo semelhante, observou-se um acréscimo trimestral de 17,4% e uma redução homóloga de 7,2% do volume de horas efectivamente trabalhadas.

Os dados do INE revelam também que a subutilização do trabalho abrangeu 813,7 mil pessoas, tendo aumentado 8,7% (65,0 mil) em relação ao trimestre anterior e 21,9% (146,0 mil) em relação ao homólogo. A taxa de subutilização do trabalho, estimada em 14,9%, aumentou 0,9 p.p. relativamente ao trimestre precedente e 2,7 p.p. por comparação com um ano antes. O aumento da subutilização do trabalho foi explicado maioritariamente pelo aumento do desemprego.

A população inactiva com 15 e mais anos, estimada em 3 700,9 mil pessoas, diminuiu 4,8% (185,8 mil) relativamente ao trimestre anterior e aumentou 3,0% (108,5 mil) em relação ao trimestre homólogo. A redução trimestral da população inativa foi acompanhada pelo aumento da população desempregada e, em menor grau, da população empregada (como acima referido).

A transição da inactividade para o desemprego reflectiu o alívio das condicionantes à mobilidade e contacto social existentes no segundo trimestre que decorreram da pandemia, permitindo uma maior facilidade na procura activa de emprego e disponibilidade para começar a trabalhar, critérios cujo cumprimento é necessário para a classificação enquanto desempregado.

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