Os Ronaldos e os carregadores de piano: Como gerir equipas de sucesso

Numa empresa, não se deve incorrer no erro de “tomar a parte pelo todo”, nem focar a atenção apenas num determinado grupo. Para ter equipas de sucesso, deve identificar-se três tipos de colaboradores – superstars, rock stars e shooting stars. E agir de acordo.

 

Por Tiago Gomes Santos Sales & Pitch consultant

 

Foi já amplamente discutido de que forma as empresas devem abordar as diferentes gerações para reter e promover o talento, mas o que grande parte dos gestores esquece é que cada um dos membros tem características e objectivos específicos, adoptando a falácia de “tomar a parte pelo todo”. Kim Scott, no livro “Radical Candor”, refere que existem dois tipos de colaboradores: superstars e rock stars. A estes dois tipos sugiro acrescentar um outro, os shooting stars (estrelas cadentes). Apresento de seguida uma reflexão sobre cada um destes perfis, colocando o foco na forma como os podemos incentivar.

Superstars

Todos admiramos aquelas pessoas que lideram tabelas e que estão no centro das atenções, como aquele comercial que conseguiu bater todos os recordes de vendas do ano. Todos gostamos de ter na nossa equipa “Ronaldos” e isso enche-nos de um orgulho indomável, fazendo-nos acreditar que o nosso plano é o certo. Não se focam nos problemas, mas sim nas soluções, querem sempre ser (os) melhores e cada desafio é transformado num objectivo. Mas é tudo perfeito? Como sabemos, não. Nem sempre somos capazes de corresponder às expectativas dos nossos superstars e acontece uma de duas hipóteses: desmotivação ou demissão. Como reter então estes talentos?

1. Assegurar sempre novos desafios: os superstars são movidos por novos objectivos para que se sintam sempre no centro das atenções.

2. Fomentar aprendizagens: para estes profissionais, “parar é morrer” e gostam de sentir que estão sempre a aprender algo novo.

3. Pedir-lhes ajuda: adoram partilhar boas práticas com os colegas, e como são identificados como “exemplos”, a receptividade é muito superior.

 

Rockstars

Regra geral, os braços direitos dos managers são rockstars, ou seja, colaboradores com experiência que, mesmo passando por várias fases da empresa, estiveram sempre disponíveis para ajudar. Gostam, maioritariamente, de passar despercebidos e muitos julgam-nos como pouco ambiciosos. Mas teremos todos de querer vencer a Liga dos Campeões? Não! Estes colaboradores vivem da consistência e aguentam o barco em “mares tenebrosos” e o trabalho é apenas mais uma das muitas coisas que fazem na vida. Não é a sua primeira prioridade. Dos rockstars podemos esperar dedicação, crença nas decisões do líder e apoio incondicional a todos os colegas porque olham para o colectivo antes de olharem para o individual, já que querem manter a mesma posição na empresa, sem ambições. Como impedir, então, que fiquem desmotivados?

1. Recompensar a sua dedicação: aumento salarial, folgas extra ou dispensa para actividades familiares são formas de mostrar o quanto são importantes são para a empresa.

2. Novos desafios: temos de ponderar se estes colaboradores querem mesmo um novo cargo. Porque podemos estar a perder um bom liderado para passar a ter um mau líder. Analisar todas as perspectivas – incluindo a do colaborador – é fundamental.

3. Correr uma maratona, não fazer um sprint: os rockstars gostam de sentir que a empresa pensa neles a longo prazo e que os seus líderes não o olham como um número.

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Junho da Human Resources.

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