Humanity versus Technology

Por: Ricardo Florêncio

Dada a pertinência e a importância do tema, tenho abordado nestes editoriais, ao longo das últimas edições, a temática do People 4.0, e de como as empresas e organizações estão, e devem, preparar-se para toda esta revolução, que já está em curso. Continuando no tema, abordarei hoje a questão da inteligência artificial. Não penso que a questão seja até onde se vai desenvolver esta inteligência artificial, pois creio que estará sempre cada vez mais aperfeiçoada e infinitamente mais potente. A verdadeira questão será até onde devemos deixar que ela interfira, substitua a inteligência humana. Até onde devemos deixar a inteligência artificial avançar? Qual o ponto que não devemos ultrapassar? Não haja dúvidas de que vai ser uma guerra titânica, pois muitas pessoas são da opinião de que não deve haver limites. Há mesmo muitas que acreditam piamente que uma sociedade cada mais robotizada trará um equilíbrio maior, pois é o factor humano que cria todo este desequilíbrio. Mas o que será uma sociedade, uma empresa, uma organização, dominada por máquinas, por robôs? E nesta evolução, como será ser gerido por um não humano, por um robô? Não irá errar? Talvez não. Será justo? Possivelmente. Não se irá reger por interesses pessoais, mas pelo interesse maior da organização? Em princípio, sim. Mas onde está a componente emocional? E onde está aquela capacidade de entender, perceber, sentir o “clique”? E se é tudo gerido pela inteligência artificial, teoricamente tudo será gerido do mesmo modo, segundo os mesmos princípios, tudo igual. Assim, onde está a diferenciação? A resposta natural será que a diferenciação estará nas pessoas. Nas suas capacidades de serem criativas, de resolverem problemas, de interagirem com os outros, de saberem negociar, de saberem aproveitar o melhor de cada um, entre outras características. Mas evoluirá a inteligência artificial até este ponto? Em que se confundirá “máquina” com “homem”? Talvez! É bem possível!

Assim, não tenhamos dúvidas de que, mais tarde ou mais cedo, vamos ter um choque, um conflito, entre “homens” e “máquinas”, pois vão-nos ser colocadas todas estas questões. Ou seja, Humanity versus Technology

Editorial publicado na edição n.º 85 de Novembro da Human Resources Portugal